O secretário-executivo de telecomunicação do Ministério das Comunicações, Vítor Menezes, afirmou que a participação ou não de fabricantes chineses no 5G brasileiro é uma decisão a ser tomada pelo presidente Jair Bolsonaro. Menezes respondeu ao tema durante live organizada pela Americanet nesta terça-feira, 20, ao lado de membros de Nokia, Anatel e da operadora.

“De fato, existe a história de financiamento por parte de bancos norte-americanos para compra de equipamentos (de telecomunicação) que não sejam chineses. Antes disso teremos que tomar a decisão de manter (ou não) fabricantes chineses do Brasil. Isso será decidido pelo presidente. Como acontece em outros países”, respondeu o secretário sobre a possibilidade de operadoras brasileiras receberem crédito dos Estados Unidos para implementar equipamentos de rede.

“Nós precisamos esperar mais um pouco para que essa decisão seja tomada. O ministro (Fabio Faria) está levando o lado técnico para o presidente. Outros ministérios apresentam o lado geopolítico. E hoje, de fato, as empresas podem tomar empréstimo com o banco que quiserem”, completou Menezes.

Outro participante da live, o conselheiro da Anatel Vicente Aquino disse por sua vez que a agência reguladora é um órgão de Estado e que seguirá as “políticas públicas de governo”.

Padrão aberto

Nota-se ainda que, em outro momento da transmissão, o secretário defendeu o uso do padrão Open RAN como política pública, seja regulada pelo governo ou autorregulada pelos players do mercado. Para Menezes, o modelo aberto é “uma saída quase obrigatória para o Brasil”.

“Você ter a liberdade do Open RAN para o País, de fabricantes, software livre, é uma política interessante e muitos países estão adotando. Estou conversando com a minha equipe para criar algo, mas pode ser que seja autorregulado. Estamos abertos ao diálogo para podermos criar alguma forma de incentivo a isso (Open RAN) para o Brasil”, completou.

Vale lembrar que a Huawei não é integrante do Open RAN atualmente. Inclusive, o diretor de soluções integradas da Huawei do Brasil, Carlos Roseiro, disse recentemente ao site Teletime que essa tecnologia de padrão aberto no 5G “é técnica, não política”.