Equipe da Mobills com o seu CEO, Carlos Terceiro (camisa azul, centro)

A Mobills (Android, iOS) planeja ampliar sua operação internacional em 2021. Atualmente, 20% da receita da companhia vem de usuários fora do Brasil, em especial Estados Unidos (5%), México (3%) e Argentina (2%). “A estratégia traçada é de país a país”, disse Carlos Terceiros, CEO e sócio-fundador da empresa, ao explicar que o conteúdo do Mobills é traduzido para sete línguas.

”Primeiro vamos avançar para a América Latina no segundo semestre de 2021. EUA e Europa serão em 2022. Mas sem deixar de olhar o mercado brasileiro”, completou o executivo.

Com essa estratégia traçada, a empresa espera aumentar sua base de usuários entre 40% e 50% no final de 2021.

2020

Em 2020, a Mobills terminou o ano com 8 milhões de usuários cadastrados no seu app principal, e 10 milhões se contabilizados os outros seis apps que a companhia possui. Sua equipe aumentou de 30 para 53 funcionários, mesmo diante a crise do novo coronavírus. Assim como grande parte do mercado, a Mobills sentiu um impacto nos primeiros meses com a estagnação das assinaturas em março e abril, mas retornou ao fluxo de novos clientes em maio.

“Sentimos diminuição nas assinaturas em março e abril. Mas logo em maio nós preparamos uma campanha de aniversário. Vendemos seis anos (de assinatura) por R$ 199. Foi um preço movido pela pandemia. Batemos recorde de vendas, tivemos 3 mil assinantes. 90% já eram assinantes. Nós conseguimos antecipar a receita para investir nos projetos”, afirmou o sócio-fundador.

Com dois modelos de negócios, um gratuito e outro pago (com assinaturas mensais), Terceiro explica que o usuário pago economiza em média “70% mais que o usuário gratuito” nos seus gastos financeiros. Custando R$ 100 por ano ou R$ 20 por mês, a assinatura do Mobills inclui cadastro ilimitado de contas bancárias, orçamentos mensais ilimitados, objetivos ilimitados, importação de dados, marcação com tags os gastos e filtros personalizados. Por sua vez, o plano gratuito oferece apenas a categoria de despesas e receitas, além de sincronização de dados uma vez por dia.

A Mobills utilizou o período em que ficou com poucas assinaturas para incentivar o desenvolvimento de conteúdo de educação financeira. A companhia lançou recentemente o MobillsEdu (AndroidiOS),  um app com exercícios e ferramentas para ajudar no planejamento financeiro, como calculadoras de juros simples e compostos, além da calculadora de salário líquido. Atualmente com versão gratuita, o app deve ficar mais robusto e ganhar uma alternativa com assinatura e funções premium em breve.

Open banking

Além da aposta no exterior, a companhia de aconselhamento financeiro pretende avançar em integração bancária no começo de 2021. Segundo Terceiro, o foco será no “open banking e no empoderamento dos dados financeiros” para o usuário: “Estamos próximos do movimento de open banking no Brasil. Mas estamos procurando fazer parcerias com banco digitais, além de usar tecnologia própria para acessar os dados do usuário em seu banco”, disse.

“Sempre tivemos uma base de usuários bem engajada. Temos um número de downloads forte. Mas estávamos focando apenas na gestão financeira do cliente. É preciso avaliar produto financeiro, corretora, banco e cartão de crédito. Dentro dessa ideia de trazer mais valor, nós vimos como uma grande oportunidade de agregar mais valores para os clientes e rentabilizar”, completou, ao explicar que a primeira fase será com dados dos serviços e produtos bancários.

Terceiro afirmou que o diferencial é o fato de sua plataforma ter modelo de negócios pago, com oferta de assinatura para correntistas de bancos controlarem melhor a gestão financeira. Afirmou que trabalham com a tese que “pagar trará mais segurança e melhor experiência”.

“Não temos nenhum modelo de negócios de venda de dados (do consumidor). Não tivemos vazamento de dados. E estamos totalmente adequados à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Estamos há seis anos no mercado sem nenhum histórico negativo. Por isso que cobramos a assinatura premium”, completou.

O executivo adiantou que a última fase da integração bancária, feito por meio de APIs, deve ocorrer em 18 meses.