Após implementar a sua operadora móvel virtual (MVNO), Nomo, a Algar agora tem planos de expandir seu negócio e se tornar um enabler (MVNE). Segundo Leandro Nazareth, head de inovação e desenvolvimento do Brain, explicou que a companhia possui cinco pequenos provedores (ISPs) em testes com produto mínimo viável (MVP).
Durante o MobiXD 2025, evento organizado por Mobile Time em São Paulo na última terça-feira, 20, o executivo da vertical de inovação da operadora confirmou que a expectativa é que a MVNE fique pronta até julho deste ano: “Nascemos como operadora, depois MVNO e no meio do ano viraremos MVNE”, preconizou.
“Vamos testar essa modelagem de ser um negócio de plataforma para que eles (ISPs) possam complementar seus portfólios com a [rede] móvel com estratégia de retenção”, detalhou, ao afirmar que, nas provas em curso, as ISPs têm entre 30 mil e 40 mil clientes.
Neste modelo desenhado pela Algar, as MVNOs serão white label e as pequenas prestadoras podem usar o core da MVNE para gerenciar os SIMCards. Seguindo o modelo 100% digital da Nomo, o app e o backoffice também serão white label. Por sua vez, o faturamento fica por conta do provedor de pequeno porte.
“Os ISPs só se preocuparão em vender”, disse Nazareth. “A facilidade para os ISPs operarem em cima da nossa plataforma vai trazer tranquilidade para eles”, disse. “Nós temos muitas iniciativas na rede móvel, mas essa é uma aposta da nossa estratégia (de companhia) para crescermos a partir de julho”, completou.
A Algar aposta inicialmente nos ISPs, mas busca também atrair clientes de outros setores, como clubes de futebol e outras marcas que desejam entrar em MVNO.
Nomo by Algar
Paralelamente ao projeto de MVNE, a Nomo possui, atualmente, 5 mil clientes em um período considerado MVP. Segundo Nazareth, a operadora virtual está disponível de norte a sul do país, sendo que a metade dos consumidores são do eixo RJ e SP.
O perfil dos clientes da MVNO é da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010). O principal meio de pagamento para eles é via Pix ou cartão de crédito. Com planos controle de R$ 34 a R$ 66 por mês, o valor que colabora para a retenção de clientes é o inicial, de R$ 34.
A companhia adiciona 500 novos clientes todo mês.
O head do Brain confirmou ainda que a MVNO estará integrada à rede da Claro, em adição aos atuais parceiros Vivo e TIM. Também afirmou que devem trocar a plataforma atual (da Bemobi) para uma própria.
O executivo projeta ainda ampliar a oferta de serviços de valor agregado (SVA) para setores como saúde e energia que a Algar oferta para sua operação principal e proprietária no Triângulo Mineiro. Atualmente, a empresa oferece o serviço de streaming de áudio Nomo Music.
IA na Algar
Nazareth destacou ainda o papel da assistente virtual Nina. Criada por meio de uma das startups que estão no centro de desenvolvimento da empresa em Curitiba, o robô está na operação transacional via WhatsApp com engajamento com os clientes por meio do Instagram e TikTok.
O executivo explicou que a agente virtual vende três vezes mais se comparada às campanhas feitas com influenciadores digitais. A aposta da Algar em inteligência artificial não se restringe à Nina. A companhia tem 68 robôs desenvolvidos.
Segundo Marcio Jesus, vice-presidente de negócios da operadora, a ideia não é usar essas ferramentas apenas nas empresas, mas complementar o seu portfólio de produtos e serviços do mercado corporativo (B2B).
“Temos soluções de modelagem de banco de dados para ficarem mais preparados para IA e caso de uso específico, como: gestão jurídica com um robô de inteligência generativa avaliando toda a base de contrato de uma empresa e diminuir muito o trabalho do advogado; um copilot para os vendedores e atendentes estejam cada vez mais competentes e mais efetivos”, detalhou o VP da Algar.
Até o final de 2025, a expectativa é que a Algar tenha desenvolvido 100 robôs.
Imagem principal: Leandro Nazareth, head de inovação e desenvolvimento do Brain (crédito: Galeria Marcos Mesquista/Mobile Time)