A regionalização, a alucinação, o custo e até a soberania dos dados em um país são os principais desafios citados na orquestração e uso de grandes modelos de linguagem (LLMs). É o que disseram representantes de Banco do Brasil, Bradesco, Widelabs e Google, durante o Durante o Super Bots Experience 2025 evento organizado por Mobile Time nesta quinta-feira, 21,
É o caso dos bancos que veem a alucinação como o maior risco, ao lado do custo.
Alucinação em agentes de IA

Rodrigo Cine, líder de time de ciência de dados do Banco do Brasil (Crédito: Galeria Marcos Mesquita)
Rodrigo Cine, líder de time de ciência de dados do Banco do Brasil, reforçou que a geração de informações sem sentido ou com erro trazem riscos à marca e por isso as instituições têm trabalhado com IA generativa primeiro internamente.
Ou seja, após estressar os modelos e garantir que essas tecnologias não terão imprecisão, elas são liberadas ao grande público. É o caso da assistente virtual Ari do BB, que iniciou internamente e atualmente está com uma base restrita de pequenas e médias empresas.
O risco do modelo não “ficar de pé” ecomomicamente também foi citado por Michel Fernandes, superintendente de inteligência de dados do Bradesco. Apesar de reconhecer que os preços de uso dos modelos de LLM de prateleira vêm caindo, o especialista afirmou que há incerteza nos custos.
Regionalização

Luciano Martins, tech lead manager & AI engineer do Google DeepMind (Crédito: Galeria Marcos Mesquita)
Nelson Leoni, CEO da Widelabs, afirmou que uma de suas principais preocupações é a regionalidade para atender públicos específicos.
Deu como exemplo, um agente feito para o Ministério Público do Rio Grande do Sul que precisa entender o linguajar do gaúcho. Explicou que este tipo de trabalho depende de compreensão e diversos dialetos, e que precisa de treinamento do modelo especificado para variações regionais.
Por sua vez, Luciano Martins, tech lead manager & AI engineer do Google DeepMind, ressaltou a importância de ter aspectos históricos regionalizados para endereçar limitações, estruturações e a necessidade de prover contextos históricos, como em aplicações educacionais.
Soberania

Nelson Leoni, CEO da Widelabs (Crédito: Galeria Marcos Mesquita)
Um ponto observado pelo CEO da Widelabs, Nelson Leoni, é a soberania. Com sua empresa atuando com entrega dos modelos fundacionais em português para empresas privadas e governo, o executivo explicou que os receios com a geopolítica têm trazido questionamentos por parte dos clientes sobre manter os dados em uma plataforma soberana, sem intervenção do exterior.
“Esse ano tem uma preocupação maior e há clientes ligando e perguntando: ‘Quem controla o botão de liga e desliga de vocês?’. Eu respondo: ‘No nosso caso, vocês'”, disse Leoni, ao explicar que o acesso ao LLM de sua empresa conta com troca de tecnologia.
“Os nossos clientes querem ter os nossos modelos sob seu controle. E isso vale tanto para o setor público, quanto para o setor privado. Por quê? Garante uma segurança institucional e que o negócio vai continuar existindo”, completou o executivo.
Imagem principal: Painel de LLM no Super Bots Experience 2025 (Crédito: Galeria Marcos Mesquita)