A Zoop começa a navegar em mar aberto com uma operação de tap on phone para empresas – tecnologia que permite a comerciantes usarem o smartphone como máquina de cartão. Em conversa exclusiva com Mobile Time, o CEO da empresa, Fabiano Cruz, confirma o início das ofertas no formato white label para companhias, mas, em um ritmo de implementação sem pressa, com alguns parceiros, por enquanto.

Segundo Cruz, 16 clientes estão na fila de espera. Entre os confirmados há empresas do setor de varejo e bancos (em especial carteiras digitais para PJ, MEI e PF). A ideia da Zoop é fazer essa série de projetos aos poucos e adicionar mais “à medida que a tecnologia for mais plug and play”.

Os clientes neste formato white label B2B se juntam ao primeiro cliente de tap on phone da Zoop, o Tap to Pay do Nubank. O CEO relata que os primeiros meses da operação com o banco trouxeram aprendizados, como melhorias na usabilidade – entre elas, tempo de transação de dois a três segundos, melhor posição do botão de compra e som confirmando a transação.

Cruz afirma que o formato “customizado”, como foi disponibilizado ao Nubank, também estará disponível.

Expectativas

De acordo com o CEO da Zoop, o crescimento de receita “é natural” com essa nova vertical de negócios. Apenas com os produtos que “estão rodando”, Cruz explicou que a receita deste ano com o tap on phone está em aproximadamente R$ 20 milhões; mas a tecnologia é forte e tem potencial para “triplicar o faturamento”. Dá como exemplo o seu principal cliente, o Nubank, que tem atualmente 89 milhões de usuários em sua base, sendo 63,6 milhões em contas pessoa física e 3,4 milhões em pessoa jurídica.

“Sentimos que tem um período de maturação da tecnologia e certificações que estão andando (ISO 8583, por exemplo). Temos as três bandeiras (Visa, Elo e Mastercard). Assim como vimos acontecer com a guerra das maquininhas, agora vemos uma nova onda de desmaterialização do POS”, afirma Cruz sobre a tendência do pagamento no celular.

Educação

Entretanto, o executivo acredita que ainda é preciso uma jornada de educação da tecnologia, assim como aconteceu com o NFC, que é o principal meio de pagamento presencial no Brasil com 60% dos brasileiros usando a tecnologia de aproximação com frequência, segundo a Abecs.

“Passei por várias dessas ondas. Da maquininha com fio para a sem fio, depois para o mPOS. O que vai acontecer é uma educação maior. Veremos mais propagandas na TV, os players do setor financeiro divulgando mais esse produto”, diz. “Nessa tendência de ‘NFCzar’ tudo, e com boa educação – o tap on phone vai acontecer igual a tudo que aconteceu antes”, finaliza.

Imagem principal: escritório da Zoop em São Paulo (crédito: Zoop)