A Allied registrou uma receita de R$ 5,8 bilhões em 2023, alta de 14% contra R$ 5,1 bilhões do ano anterior. Por sua vez, o lucro operacional caiu 11% com R$ 185,5 milhões contra R$ 208 milhões de 2022. O EBITDA ajustado recuou 11%, com R$ 281,5 milhões ante R$ 250 milhões, na comparação ano a ano. E o lucro líquido ajustado ficou em R$ 100,5 milhões, aumento de 31% se comparado com R$ 76,6 milhões de 2022.

Em conversa com analistas financeiros e com a imprensa nesta sexta-feira, 22, o CEO da companhia, Silvio Stagni, afirmou que este crescimento da receita foi guiado pela expansão da unidade de distribuição internacional, uma vez que a operação no Brasil fechou o ano em queda de faturamento.

Distribuição e varejo

A operação de distribuição internacional saltou de R$ 333 milhões para R$ 1,8 bilhão, crescimento de mais de cinco vezes (+440%) na comparação ano a ano – aqui uma ressalva de Stagni de que a comparação com 2022 é injusta pois o primeiro ano de atuação foi de experimentações. Administrada a partir de Miami para o resto da América Latina, a Allied internacional atende 16 países, 22 clientes e oferta produtos de Apple e Google (Nest e Chromecast, por exemplo).

Já a unidade de distribuição da Allied no Brasil teve queda de 15% com R$ 2,8 bilhões de receita em 2023, ante R$ 3,2 bilhões um ano antes. Quedas das vendas em smartphones (-12%), notebooks (-15%) e TVs (-9%) foram os principais motivos do ano difícil para a companhia no País.

O negócio da Allied no varejo brasileiro também teve queda de 15,5%, de R$ 1,5 bilhão para R$ 1,2 bilhão. O motivo aqui está ligado às adaptações da lojas pós-Covid e a redução de dez lojas no portfólio da companhia entre 2022 e 2023. Além dos problemas da economia nacional com endividamento e receio das famílias em fazer compras, como explicou a diretora de relação com investidores da empresa, Fabiana Lawant.

Mobile

Com 8% do marketshare do mercado de smartphones brasileiro, Stagni e Lawant apontaram alguns pontos positivos para o mercado da Allied no Brasil em 2023. Um deles está no varejo digital com a parceria com o Itaú para vendas de dispositivos da Apple. Por meio do programa iPhone para Você, Stagni afirmou que a Allied e o Itaú estão entes os maiores vendedores de smartphones do País e que é o maior dos iPhones “do topo”, em especial os modelos 15 Pro e 15 Pro Max.

Lawant, por sua vez, explicou que colaborou para compensar o resultado do varejo digital com tíquete médio chegando a R$ 2,3 mil no final de 2023, alta de 15% contra R$ 2 mil do ano anterior, além de uma leve compressão do volume: “Isso ocorreu devido ao aumento de tíquete médio em algumas categorias, como smartphones e tablets”, completou. Ainda assim, a presença dos smartphones no mix de produtos vendidos pela Allied em 2023 caiu 3 pontos percentuais, de 88% para 85% no varejo digital.

No varejo físico, o tíquete médio caiu de R$ 1,3 mil para R$ 1,1 mil (-15%) e o smartphone ficou com 79% no mix de vendas, em um movimento puxado pela queda nas vendas de produtos.

Novas avenidas

Outros dois pontos de destaque levantados pelo CEO da Allied durante a conferência foi o avanço em novas frentes de crescimento, em especial na recondicionadora Trocafy e na financeira Soudi. Em 2023, a Soudi terminou o ano com R$ 70 milhões em carteira e 117 mil cartões de crédito ativos, além de presença em 349 pontos de vendas das lojas Samsung e das lojas das operadoras e o começo de uma parceria com a C&A. No negócio de refurbished, Stagni destacou a oferta do portfólio diversificado, início de atuação online com Livelo e Mercado Livre e a fácil captação de smartphones usados via lojas da Samsung.

Imagem principal: Silvio Stagni, CEO da Allied; Fabiana Lawton, diretora de RI da Allied; e Talita Basso, CFO da Allied (reprodução: Allied)