A Internet das Coisas (IoT) promete revolucionar o mercado de seguros. O principal motivo é que devices conectados que carregamos em nossas roupas ou que instalamos em nossos carros e residências fornecerão informações relevantes sobre nosso comportamento que podem afetar no preço das apólices, se compartilhados com as seguradoras. E os consumidores parecem dispostos a fornecer esses dados em troca de desconto nos seguros: de acordo com uma pesquisa internacional, 41% das pessoas concordariam em compartilhar dados coletados de seus automóveis com sua seguradora; 49% fariam o mesmo com sensores em suas residências; e 43%, com wearable devices, neste caso, para descontos em seguros de saúde. Os dados foram apresentados por Daniel Rocha, head de serviços financeiros da Capgemini, durante painel na Ciab, nesta quarta-feira, 22, em São Paulo.

Algumas seguradoras no exterior já se movimentam nesse sentido de integração de seu modelo de negócios à IoT. Rocha forneceu alguns exemplos. Um deles é a Axa, que vende junto com seu seguro residencial sensores para a proteção da casa contra incêndios, inundações etc. Em breve, incluirá também um serviço de assistência residencial 24 horas para seus segurados. Outra seguradora europeia, cujo nome nâo pôde ser citado, planeja adotar um serivço em que o assistente no call center poderá acionar a câmera do celular do segurado para auxiliá-lo quando houver um sinistro na sua residência.

Outro exemplo é a norte-amerinca Metromile, que entrega um dispositivo para seus segurados instalarem em seus carros. Além de uma taxa fixa mensal pelo seguro de carro, há uma taxa que varia de acordo com a quantidade de quilômetros rodados. O slogan da companhia é "dirija menos, economize mais". É tudo sincronizado com o aplicativo da seguradora, para que o próprio consumidor possa acompanhar sua utilização.

Por fim, Rocha lembrou o caso da Oscar, nos EUA, que vende seguros de saúde online e dá descontos para quem compartilha informações de seus relógios inteligentes, que monitoram suas atividades físicas.

"As fintechs vão ditar o ritmo e a forma de inovação desse mercado, como tem acontecido com os bancos", comentou Rocha. Ângela de Assis, diretora do BB Seguridade, concorda: "Deixamos de ficar preocupados com Porto Seguro, Itaú Seguros etc e passamos a ficar preocupados com Google e outras empresas de tecnologia. Nossa concorrência hoje ficou muito maior."