Os presidentes dos seis maiores bancos do País estiveram reunidos nesta terça-feira, 22, no evento online Ciab Febraban 2021, e foram unânimes ao saudar os benefícios competitivos do open finance ao mercado. Porém, têm algumas ressalvas. A principal delas é a necessidade de um arcabouço regulatório que permita um processo saudável, com bases homogêneas.

O open finance é tratado pelos bancos como uma evolução do open banking. Trata-se de um conjunto mais amplo de iniciativas de dados abertos destinadas a capacitar consumidores e pequenas empresas a acessar, alterar e se beneficiar dos dados mantidos sobre eles por governos e instituições.

“A competição é muito saudável, tanto que fomos os primeiros a apoiar o Pix. Para o open finance, não pode haver assimetrias regulatórias. Temos que lembrar que as instituições bancárias que aqui estão fizeram investimentos vultuosos ao longo dos anos e isso deve ser respeitado. Nosso sistema é sólido. Para isso, estamos embarcados nesta abertura de mercado”, afirmou Octavio de Lazari Junior, diretor-presidente do Bradesco.

Segundo Fausto de Andrade Ribeiro, presidente do Banco do Brasil, além da questão regulatória, há outras preocupações com relação ao open finance, como o cronograma apertado, a segurança da informação, uma vez que dados serão abertos, e, por fim, o destino correto de recursos para que o mundo físico não concorra com o digital. “Abre-se uma janela de oportunidades para nós, bancos maiores, de nos aproximarmos de nossos clientes. A gente chama de ‘ter um banco para cada cliente’”, acrescentou.

Ao trazer um contraponto, Pedro Duarte Guimarães, presidente da Caixa, lembrou da importância de o sistema financeiro olhar também para a população que não tem nenhum acesso à Internet. “Em um movimento contrário, a Caixa vai abrir 200 agências físicas. Porque o País vive duas realidades: uma do sul e sudeste, que assiste a digitalização crescer em força exponencial, e outra do norte e nordeste em que esta força simplesmente não existe. São dois universos paralelos, que envolvem milhões de pessoas. O open finance é excelente e necessário – entretanto, é preciso uma calibragem”, afirmou.