Os países da América Latina têm média de 378,6 MHz de espectro disponível para serviços móveis. Isso equivale a 19,3% da capacidade sugerida pela União Internacional das Telecomunicações (UIT) para 2020, que é de 1.960 MHz no cenário mais otimista, e 29,1% dos 1.300 MHz propostos pela união para 2015. Dos mercados analisados no relatório, apenas oito licenciaram 30% ou mais dos 1.300 MHz sugeridos para a banda pela UIT em 2015: Argentina (30,8%), Brasil (46,8%), Chile (37,7%), Costa Rica (30,8%), México (44,9%), Nicarágua (32,3%),  Peru (42,6%) e Uruguai (30,4%). Destes, apenas a Costa Rica ainda não licitou a faixa de 700 MHz. Vale dizer que o relatório considera apenas a frequência alocada para serviços móveis abaixo de 3 GHz. Os dados apresentados no relatório foram atualizados até 15 de agosto deste ano.

Os dados sobre penetração de serviços móveis na região indicam que dos 19 mercados citados no white paper, 14 superaram o marco de 100 assinaturas móveis para cada 100 habitantes. Quase a metade deles (nove países) registram penetração de mais de 120%. De acordo com estimativas da 5G Américas baseadas em números divulgados por órgãos nacionais e pela UIT, a média regional de penetração móvel é de 110,5 assinaturas a cada 100 habitantes. Ao todo, nove dos mercados analisados estavam abaixo dessa marca, entre eles, Brasil (110 assinaturas para 100 habitantes) e México (pouco mais de 90 assinaturas para cada 100 habitantes).

A banda larga móvel foi amplamente disseminada pela região. Todos os mercados possuem redes UMTS/HSPA e implementaram a LTE, com a exceção de Cuba. Dos mercados analisados durante o estudo, 13 possuem redes LTE nas bandas de espectro AWS (1700-2100 MHz), 10 desenvolveram redes de banda larga móvel dentro da frequência de 2,5 GHz e 11 possuem redes 4G LTE na faixa de espectro de 700 MHz

Nenhum dos mercados latino-americanos atingiu 50% dos 1.300 MHz de espectro sugerido em 2015 pelo UIT, o que demonstra o atraso do processo regional de licenciamento de frequência.

Porém, segundo o estudo, as licitações e os leilões agendados para breve (entre este ano e 2020, o que vai depender de país para país) podem liberar até 7.092 MHz de frequência na América Latina e foram pensados para desenvolver o 5G mas também para consolidar o 4G na região, com destaque para as faixas de 600 MHz, 2,5 GHz, 3,5 GHz, 26 GHz e 28 GHz.

Brasil

Para o relatório da 5G Americas, o leilão de 2020 no Brasil deve incluir faixas como a de 2,3 GHz, que deve abranger 90 MHz, enquanto a de 3.5 GHz deve incluir 300 MHz. A faixa de 26 GHz também deve oferecer 3.200 MHz adicionais. O leilão planejado para 2020 teria uma capacidade base de aproximadamente 320 MHz, porém ainda não foi definido se o regulador pretende incluir a faixa de 26 GHz. Os 609 MHz atualmente em uso no Brasil representam 46,85% da quantidade de espectro recomendada pela UIT para 2015 e 31,1% das recomendações para 2020.