Mais do que um leilão de frequências, o Brasil precisa de um plano para o 5G, sugeriu o CEO da Ericsson para a América Latina, Eduardo Ricotta, durante o Painel Telebrasil, nesta terça-feira, 22.

Na sua opinião, um plano para 5G precisa necessariamente atender a cinco pontos: 1) participação ativa do País na criação dos novos serviços digitais que surgirão com o 5G; 2) garantia de acesso, a baixo custo, a espectro amplo o suficiente para desenvolver serviços de 5G com baixa latência; 3) redução da carga tributária sobre telefonia móvel, em razão da importância desse serviço para a sociedade; 4) segurança das redes digitais, protegendo dados pessoais, corporativos, públicos e do Estado; 5) aceleração da transformação digital em verticais prioritárias.

O CEO da Ericsson destacou também a importância de se reduzir o desequilíbrio em digitalização entre os diferentes setores da economia brasileira, o que chamou de “spread digital”. Ele citou o exemplo da agricultura, que responde por cerca de 25% do PIB, mas é hoje a vertical menos digitalizada do País, por falta de cobertura nas fazendas.

“5G é a plataforma mais importante da próxima década”, resumiu Ricotta. Por isso, ele recomenda que o leilão seja não arrecadatório. Sua sugestão é de que haja um preço mínimo para cada licença em 5G, enquanto o ágio seja revertido em projetos de infraestrutura, para cobrir rodovias e o agronegócio, por exemplo.