Operadoras satelitais anunciaram nesta segunda-feira, 22, proposta para aumento de 80% na alocação de espectro na banda C para 5G nos Estados Unidos. A organização C-Band Alliance, formada pelas empresas Intelsat, SES, Eutelsat e Telesat, sugere à agência reguladora Federal Communications Commission (FCC) o uso de 200 MHz de capacidade na frequência de 3,5 GHz para o serviço móvel. A limpeza da faixa poderia levar de 18 a 36 meses para ser concluída, caso a proposta seja “completamente adotada”, diz a entidade.

Vale lembrar que a faixa de 3,5 GHz é uma das várias que os Estados Unidos consideram atribuir à 5G em um futuro leilão. Porém, a proposta da CBA pode ainda não ser suficiente. A operadora US Cellular, por exemplo, busca um montante de 500 MHz na faixa de 3,7 GHz a 4,2 GHz. Em setembro, representante da tele afirmou durante a Mobile World Congress Americas que a destinação de uma porção menor (na época, mencionou 150 MHz) seria “um desastre”.

A sugestão da C-Band Alliance de agora é uma atualização do que a SES e a Intelsat haviam anunciado em fevereiro. Na época, citando um modelo utilizado pela Intelsat e a fornecedora de chipsets Intel, a sugestão era de destinar cerca de 100 MHz em downlink para a banda C. Em julho, a Eutelsat se uniu para a proposta conjunta, seguida da Telesat.

Segundo o grupo de operadoras de satélite, a proposta atual é a “única que equilibra as necessidades de proteger a comunidade de usuários de banda C, que inclui distribuição de programação de rádio e televisão para 100 milhões de residências dos EUA, assim como de mídia privada comercial e governamental e redes de dados; com o forte interesse público em rápida implantação de redes 5G no país”. A intenção da C-Band Alliance é participar do planejamento detalhado da migração dos usuários de broadcast para novas frequências. Para tanto, sugerem nova capacidade satelital e soluções “tecnicamente inovadoras”, implantando nova infraestrutura terrestre e modificando a já existente. A ideia, pelo menos em sua concepção original, era que a entidade fizesse a supervisão de governança da iniciativa, incluindo a definição e implantação da metodologia de limpeza de espectro.

O anúncio da proposta contém um aviso: a readequação de 200 MHz em banda C depende de “um número de fatores” que não podem ser garantidos e que podem resultar em incertezas. Isso inclui a aprovação da própria FCC e “processos satisfatórios baseados em mercado com potencial para usuários 5G terrestres do espectro realocado”. A proposta será submetida à consulta pública realizada pela FCC e que vai até o dia 29 próximo.