Prevista originalmente para dezembro deste ano, a finalização da implementação do STIR/SHAKEN nas redes das operadoras deverá acontecer somente no primeiro trimestre de 2024, de acordo com Gustavo Borges, superintendente de controle de obrigações da Anatel. Os primeiros testes acontecerão entre janeiro e março de 2024 em uma área controlada, e a expansão para outras regiões deve acontecer no segundo trimestre. Já a Conexis, entidade que representa as principais operadoras de telecom – Algar Telecom, Claro, Oi, Sercomtel/Ligga, TIM e Vivo –, informou a Mobile Time que todas as suas associadas vão aderir ao sistema, mas que sua implementação deverá acontecer ao longo do primeiro semestre do ano que vem.

“A solução que permitirá a identificação das chamadas está em desenvolvimento. A implementação dependerá de procedimentos internos de cada operadora. A expectativa do setor é que esteja disponível ao longo do primeiro semestre de 2024. As associadas à Conexis Brasil Digital já informaram que vão aderir ao sistema”, informa a Conexis em comunicado enviado a este noticiário.

Em setembro, Gustavo Borges, superintendente de controle de obrigações da Anatel, conversou com Mobile Time sobre a tecnologia e disse que, naquele momento, havia uma corrida entre as operadoras para ver quem ofereceria o serviço primeiro às empresas de telemarketing e de cobrança. A expectativa era de que o STIR/SHAKEN estivesse disponível no início de dezembro.

Nesta sexta-feira, 22, Borges explicou a Mobile Time que as operadoras já passaram por “etapas essenciais, como a contratação de fornecedores, pagos pelas prestadoras em rateio, e a aprovação de documentos internos de referência técnica, de forma consensual”. Em paralelo, as prestadoras estão implementando os equipamentos e protocolos em suas redes, e há distintas realidades entre elas, umas mais avançadas e outras, menos.

Aparelhos celulares

Uma vez implementado o sistema, alguns aparelhos celulares precisarão receber atualização de sistema operacional para que a solução funcione. Em resposta sobre como será resolvida a questão, Borges diz que a Anatel já iniciou as conversas com os fabricantes de celulares, apresentando protocolos e especificações.

“Neste caso também há distintas realidades. Mas a expectativa é que no primeiro trimestre já sejam realizadas chamadas identificadas e autenticadas, na forma de testes ou experiências piloto. No segundo trimestre já é esperado maior abrangência”, escreve Borges.

Histórico

Vale lembrar que o STIR/SHAKEN não é uma obrigação regulatória, mas pode ser complementar à nova ferramenta desenvolvida por Ministério da Justiça e Segurança Pública com Anatel, a própria Conexis e Febraban, o Celular Seguro, cuja ideia é bloquear o uso do aparelho, de aplicativos e, futuramente, da linha móvel em caso de perda, furto ou roubo.

Uma vez integrado às redes de telefonia móvel das operadoras, o STIR/SHAKEN informará à pessoa que recebe a ligação o nome da empresa que está lhe chamando, com logo, selo de autenticação e o motivo da ligação.

Por exemplo, se um banco contrata uma empresa de telemarketing para oferecer produtos e serviços a seus clientes, estes receberão uma ligação com o logo do banco, selo de autenticação e o motivo da ligação. Ou seja, é preciso que tudo esteja integrado. As operadoras oferecem este novo serviço e as empresas contratam. Por isso, vale reforçar, não será de um dia para outro que as ligações terão todas as identificações e seus motivos. Será implementada de acordo com a lógica do mercado para cada operadora e a estratégia das empresas.