O GetNinjas (Android, iOS), app de marketplace de prestadores de serviços que conta com mais de 1 milhão de profissionais cadastrados, lançou sua própria máquina de cartão, batizada como MaquiNinja. Ela custa R$ 35,88 e tem taxas mais baixas que a média do mercado: 1,9% para transações de débito e 3,8% para crédito (+1,5% por parcela). A motivação por trás da iniciativa não é criar uma nova linha de receita, mas ajudar os seus prestadores de serviço a fecharem mais negócios, assim como conhecê-los melhor, explica o fundador e CEO do GetNinjas, Eduardo L’Hotellier, em conversa com Mobile Time.

MaquiNinja 2“40% dos profissionais no GetNinjas já possuíam uma maquininha. Mas sua utilização era baixa se comparada com outros mercados. É comum pagar um táxi ou um cachorro-quente na maquininha. Mas ainda não é comum pagar assim pela prestação de um serviço de tíquete mais alto. Os profissionais com maquininha nem sequer ofereciam essa opção para o cliente final por considerarem as taxas altas. Para eles, era melhor receber em dinheiro. Só ofereciam a maquininha quando não havia outro jeito”, relata o executivo.

Com as taxas menores da MaquiNinja, a expectativa é de que os prestadores de serviços comecem a oferecer esse meio de pagamento para seus clientes. Além disso, a possibilidade de parcelamento do pagamento pode encorajar o consumidor a contratar serviços de valor mais alto.

Para o GetNinjas, o uso da maquininha própria aproxima o profissional da sua marca. Além disso, lhe provê mais informações sobre a atuação do prestador de serviço fora do marketplace, pois o uso da maquininha não está restrito aos clientes conquistados dentro do app. Na prática, o GetNinjas vai conseguir descobrir qual é o seu share na receita dos seus profissionais. E analisar melhor as variações de preços dentro e fora do seu marketplace, o que vai ajudá-la a definir mais adequadamente o valor que cobra hoje dos prestadores pelo uso do app – atualmente o GetNinjas cobra uma comissão por cada cliente que leva para um prestador de serviço, valor que varia de acordo com a natureza do serviço e o local onde é prestado, dentre outras variáveis.

No futuro, os profissionais que usarem a maquininha para serviços contratados fora do marketplace poderão enviar um link ao cliente para este recomendar seu serviço com um comentário publicado dentro do app do GetNinjas. Assim, o profissional enriquecerá seu cadastro no GetNinjas mesmo com os serviços prestados fora dele.

GetNinjas não vai virar banco

O processamento dos pagamentos da MaquiNinja é feito pela subadquirente PayGo, do C6 Bank. Toda a receita gerada através da maquininha é transferida em até dois dias úteis para a conta corrente do profissional, em qualquer banco.

Por entender que se trata de uma necessidade para parte da sua base de profissionais, está no roadmap do GetNinjas lançar no segundo semestre uma conta de pagamentos própria.

L’Hotellier reforça, contudo, que a empresa não quer virar uma fintech, ou um banco: “somos um marketplace que utiliza serviços financeiros. O valor que o GetNinjas cria é através desse marketplace, ou seja, da conexão entre profissional e cliente. Nossa receita vem disso. A maquininha não é um projeto para a gente se tornar um banco. Temos a visão de que pagamento é commodity. Todas as empresas vão ter sua maquininha. A diferença estará nos serviços que forem associados a ela.”