Pesquisa FICO

Você está mais ou menos propenso a usar pagamentos instantâneos no próximo ano? Pergunta faz parte da pesquisa da FICO mostra que brasileiro está propenso a usar PIX

O brasileiro está mais propenso a usar pagamentos instantâneos do que seus conterrâneos latino-americanos do Chile, Colômbia e México, com 78% dos entrevistados abertos ao novo arranjo, informa a pesquisa “O Impacto das fraudes na experiência do cliente”, realizada pela FICO (leia-se Faico). No entanto, as preocupações com fraudes envolvendo o Pix atingem apenas 6% dos brasileiros. Globalmente, esse índice não ultrapassa 7%. A pesquisa foi realizada em 12 países, entre eles o Brasil, com 12.028 consumidores ao todo (uma média de 1 mil consumidores de cada país) ao longo de setembro, com um público a partir de 18 anos.

A pouca preocupação com fraudes contrasta com a abertura de continuar usando esse serviço – com 97% dos brasileiros propensos a usar esse meio para operações do dia a dia.

Ao serem indagados sobre que tipo de fraude mais lhe preocupa, o brasileiro citou em primeiro lugar a invasão de conta (36%), em seguida, fraude de cartões (32%), conta aberta indevidamente (12%), roubo de carteira/bolsas (7%) e fraudador/phishing (6%).

“O Brasil está mais propenso a usar pagamentos instantâneos. É um ponto fora da curva (na comparação com outros países latino-americanos) porque justamente houve a explosão do Pix em novembro de 2020”, conta Fabrício Ikeda, diretor global de fraude e compliance da área de parcerias da FICO, durante apresentação do estudo.

No entanto, a má gestão de um processo fraudulento – como erros de análise do banco – pode causar estresse ao cliente a ponto de o consumidor pensar em mudar de instituição financeira. Segundo o estudo, 38% dos respondentes estariam dispostos a mudar de banco e 55% reclamariam.

Entre os motivos que mais irritam os clientes estão a lentidão no alerta de fraudes para compras recusadas, ou que nunca chegam (49%), além de compras legítimas negadas pelo cartão (27%) e mudanças nos processos de autenticação (24%).

O índice de confiança no Brasil aponta que 69% dos respondentes acreditam que os bancos fazem um bom trabalho para manter as operações e as contas seguras, índice um pouco abaixo da média global (72%). Já 26% discordam dessa realidade, o equivalente a 30 milhões de correntistas.

A confiança nas transações também oscila de acordo com o canal. Enquanto o pagamento via bancos tem a confiança de 58% dos entrevistados, as transferências bancárias foram apontadas como confiáveis por 53% deles, seguidas por transações com cartões on-line (47%) e em lojas (44%). Isso representa quase 50 milhões de titulares de cartões que se sentem inseguros.

Dados globais

Sob a perspectiva total dos mais de 12 mil respondentes da pesquisa, o que mais aflige seria a invasão de contas (31%). 24% acreditam que a fraude que mais os preocuparia seria o roubo de dados de cartão de crédito ou débito; e 22%, a apropriação indevida identidade para a abertura de uma conta.

Cerca de 14% dos consumidores com 55 anos ou mais não estão preocupados com fraudes financeiras, em comparação com apenas 7% dos consumidores com idades entre 18 e 24 anos.

41% dos entrevistados nos 12 países relataram algum tipo de fraude real ou suspeita a seus bancos, com a Alemanha tendo a taxa mais baixa (17%) e a Índia, a mais alta (66%). Na América do Norte, menos de um terço dos canadenses (32%) relatam suspeitas de fraude, 43,9% no México e nos Estados Unidos, 46,3%.