Mal começou a pré-venda do Galaxy S6 Edge, novo smartphone top de linha da Samsung, e já existem ofertas de versões falsificadas do aparelho no mercado negro internacional. Pesquisando junto a fornecedores de equipamentos eletrônicos de Shenzhen, região da China que concentra a maior parte dos fabricantes de computadores e celulares daquele país, MOBILE TIME encontrou pelo menos dois que oferecem em sua lista de produtos um suposto Galaxy S6 Edge.

Um desses fornecedores, que se autointitula um "fabricante profissional de produtos eletrônicos sem impostos" oferece a versão de 32 GB ao preço de US$ 130, com frete incluso. Isso representa menos da metade do valor cobrado pelo produto nos EUA: lojas como a BestBuy vendem o original por US$ 299.  No Brasil, o produto é comercializado por R$ 3.299. Considerando a taxa de câmbio atual, a versão pirata custa quase 90% menos.

Outro fornecedor tem preços ainda mais baixos. Este vende o Galaxy S6 Edge nas três versões de memória (32, 64 e 128 GB) por US$ 78, US$ 87 e US$ 95, respectivamente. Os preços não incluem o frete, mas este sai de graça para pedidos a partir de US$ 200. Este noticiário solicitou fotos dos produtos e recebeu imagens de um S6 Edge dentro de uma caixa com o selo da operadora norte-americana Verizon Wireless do lado de fora.

Em ambos os casos os fornecedores piratas atendem via email ou por Skype. E os produtos são oferecidos para entrega no mundo inteiro por meio de serviços como UPS, DHL e Fedex. O pagamento pode ser feito via Western Union e outros métodos de transferência internacional de valores. Os fornecedores prometem entrega dentro de três a cinco dias úteis. Um deles afirma que dá garantia de cinco anos e reenvio em 30 dias em caso de extravio ou defeito de fabricação. "Como fabricante, temos controle de qualidade rígido e serviço de pós-venda de primeira classe", informa um dos atendentes por email.

MOBILE TIME não encomendou os produtos para averiguar. Mas consultou um especialista internacional: Hartmut Leuschner, editor da OTR Global e responsável por uma pesquisa trimestral sobre o mercado de handsets. Perguntamos se ele acredita que esses produtos sejam falsos, roubados ou réplicas idênticas aos originais, como costuma acontecer no mundo da moda com marcas de grife. Leuschner foi taxativo: "São falsos. Mesmo se fossem roubados custariam mais caro".

As listas de produtos oferecidos pelos mesmos fornecedores piratas incluem ainda diversos outros smartphones, tablets, laptops e até smartwatches a preços irrisórios, incluindo o iPhone 6 Plus e até o recém-laçado Apple Watch (este por US$ 68 na versão esportiva). Não é preciso ser um especialista para desconfiar da oferta. Além dos preços inacreditavelmente baixos, cabe lembrar que o processo de fabricação da tela do Galaxy S6 Edge é complexo e custoso, não sendo facilmente reproduzido por terceiros.

A Samsung foi procurada por este noticiário para comentar o caso, mas não respondeu até o momento de publicação desta matéria.