O Apple Pay, serviço de pagamento móvel da Apple passa a funcionar em mais quatro países: Suécia, Finlândia, Dinamarca e Emirados Árabes Unidos, totalizando 25 mercados. Esta e outras novidade sobre o m-payment foram apresentadas por Jennifer Bailey, VP do Apple Pay, nesta segunda-feira, 23, durante o evento Money 20/20.

A executiva revelou durante sua palestra que a Apple concentra atualmente 90% das transações feitas por meio de dispositivos sem contato (contacless) no mundo. Além disso, com a adição dos quatro países, o serviço de pagamento da empresa norte-americana passa a cobrir 70% do mercado mundial de cartão de crédito.

Entre as verticais que mais estão crescendo com o m-payment da Apple estariam as “compras do dia a dia”, como bilhetes de transportes, shows, cinemas e jogos esportivos, além do delivery. Bailey disse que as transações corriqueiras já superam em duas vezes o e-commerce tradicional e em cinco vezes o comércio de rua.

Bailey afirmou ainda que 50% do comércio dos Estados Unidos já aceita o Apple Pay, inclusive 67 dos 100 principais varejistas naquele país. Ela confirmou ainda para este ano a função que permite aos usuários enviarem dinheiro entre si.

Análise

Enquanto a estratégia da Apple está com foco totalmente direcionado aos países mais ricos, Samsung e Google criam suas bases para os pagamentos móveis também em países emergentes, como Brasil e México.

Para o curto prazo, a Apple sai na frente com 90% do m-payment global das transações contacless. No entanto, à medida que os pagamentos móveis se tornam uma realidade para o cotidiano do usuário, a companhia de Tim Cook tende a perder share por causa do avanço dos concorrentes em mercados emergentes. Alguns fatos para serem levados em conta:

1.  Google prepara o lançamento do Pay em mercados emergentes ainda em 2017, como o Brasil;

2.  Samsung adicionará mais smartphones aptos ao Samsung Pay em sua renovação de portfólio 2017/2018. Isso dará mais amplitude ao sistema de pagamento móvel da sul-coreana;

3.  Na disputa Android x iOS, os dispositivos OS do Google ganham com 80% do mercado de smartphones. Em países emergentes, a inserção do Android é ainda mais significativa, passando dos 90%;

4.  Os altos preços dos dispositivos (iPhone, iPad e Apple Watch) também restringem o acesso do Apple Pay às camadas mais ricas da população.