A realme é uma marca de smartphones chinesa criada em 2018 como uma subsidiária da Oppo. Com menos de três anos de existência, ela já iniciou sua expansão internacional e desembarca agora no Brasil, país que que lhe servirá de entrada para o resto da América Latina. A empresa abrirá seu escritório local em breve e escolheu como country manager o executivo Leon Wang, que atuou por dez anos como diretor da ZTE na América Latina.

A realme procura ser uma marca de smartphones e produtos de Internet das Coisas (IoT) com boa relação custo/benefício. Sua estratégia de distribuição é ancorada no comércio eletrônico, através de sites parceiros. A empresa pretende no futuro fabricar seus dispositivos no Brasil, informa sua diretora de marketing Sherry Dong, em entrevista por email para Mobile Time.

Mobile Time – O Brasil vive uma crise econômica nos últimos anos, agravada pela pandemia. Além disso, a cotação do dólar, acima de R$ 5, encarece os produtos importados. Por que a realme decidiu começar a operar no País nessa época? 

Sherry Dong – O Brasil sempre foi um mercado-chave, pois tem grande influência em toda a região da América Latina. Entrar neste mercado pode ajudar a realme a amplificar sua voz e atrair mais atenção para toda a América Latina. O Brasil está sempre na vanguarda da tecnologia de ponta, especialmente em 5G, o que é realmente empolgante e promissor para uma empresa de tecnologia como a realme. Além disso, o país tem mais de 140 milhões de usuários de smartphones, e o número tende a aumentar para 157 milhões.

Entendemos e estamos atentos à atual situação de crise econômica no Brasil e por isso estamos entrando no mercado contra algumas marcas atuais de smartphones de alto preço que não têm um desempenho correspondente. A realme vem ao Brasil para fornecer produtos premium com a melhor experiência em cada faixa de preço e nossa estratégia de vendas online focada nos ajudará a manter nossos produtos a um custo mais baixo para os brasileiros.

Os produtos serão importados ou fabricados no Brasil?

Uma das principais estratégias de entrada no Brasil é produzir nossos produtos diretamente no Brasil no futuro. Acreditamos que desta forma não nos posicionamos apenas como uma marca internacional, mas também como uma marca que cria empregos para os jovens no Brasil.

Quais serão os canais de distribuição? Começará apenas na Internet ou haverá pontos de venda físicos? A realme terá loja online própria no Brasil e /ou loja física própria?

Como fazemos em todos os mercados em que entramos no mundo todo, vamos nos concentrar nos canais de comércio eletrônico no início. Essa estratégia disruptiva levou a um crescimento estelar em outros mercados e esperamos ver uma tendência semelhante no Brasil. Posso confirmar que iremos focar na plataforma de e-commerce e cooperar com MercadoLivre, B2W e Amazon no início.

Ao contrário de outros participantes do mercado, que estão muito focados no offline, com investimentos em marketing omnichannel e distribuição offline, o foco da realme no comércio online leva a despesas gerais consideravelmente mais baixas, permitindo que a realme ofereça um preço de venda sem precedentes aos consumidores.

Como a realme pretende se diferenciar no mercado brasileiro de smartphones, que é extremamente competitivo?

Vemos nossa entrada no Brasil como um game-changer para smartphones do Brasil com os melhores produtos em cada segmento de preço com preço mais razoável. Como uma marca jovem e ambiciosa que busca oferecer aos jovens o que eles desejam, não só venderemos produtos, mas também criaremos uma nova vida inteligente para os jovens brasileiros, pois levaremos 5G a todos os segmentos de preços, permitindo que mais jovens desfrutem da velocidade hi-tech nos próximos 2-3 anos.

Para todos os concorrentes, acho que estão fazendo um ótimo trabalho no Brasil, mas ainda falta o equilíbrio entre preço e desempenho, que será a nossa oportunidade.

Quantos modelos de smartphones estão chegando ao Brasil neste primeiro momento? Qual é o carro-chefe?

Eu realmente não posso dar detalhes sobre quais modelos estão estreando no Brasil, mas será impressionante. Posso dizer que lançaremos mais de 20 produtos AIoT (união dos termos Artificial Inteligence e Internet of Things) 2021 aqui.

E quais produtos AIoT estão chegando ao país agora?

Além dos smartphones, traremos produtos AIoT para nosso primeiro lançamento, como o realme Buds Q, desenhado por José Lévy, o Designer Cooperado da Hermès. Ele pesa apenas 3,6g, mais leve do que uma folha de papel A4 e tem bateria de até 20 horas.

Nossa estratégia “1 + 4 + N” para entrar no Brasil consiste em:

. 1 core principal – smartphone, que é o mais frequentemente usado, é a entrada principal do ecossistema realme AIoT, assim como a posição do coração. Os usuários podem usar smartphones para gerenciar e controlar todos os dispositivos AIoT;

. 4 Smart Hub – Smart TV, fone de ouvido inteligente, relógio inteligente e alto-falante inteligente, que são usados com muita frequência e podem ser operados por voz, podem ajudar os smartphones a gerenciar e controlar outros produtos AIoT em diferentes cenários.

. Inúmeros produtos AIoT – hardwares inteligentes, derivados digitais e derivados da vida estão cobrindo todos os aspectos da vida dos jovens e criando um círculo de vida de tecnologia pioneiro de jovens criadores de tendências.

Qual a sua expectativa em relação à quantidade de smartphones realme a serem vendidos no Brasil em 2021?

O Brasil é na verdade uma parte fundamental em um dos objetivos de 2 a 3 anos. No nosso segundo aniversário pretendemos vender 100 milhões de telefones celulares por ano. Acreditamos que o consumidor brasileiro será um grande aliado nisso.

Quanto a empresa está investindo para essa entrada em operação no Brasil?

Atualmente, estamos trabalhando para abrir escritórios no Brasil e pretendemos iniciar nossa operação completa em breve para que possamos ajudar a criar mais empregos para os jovens brasileiros.

Qual será a estrutura da realme no País? Haverá um country manager? Ele já foi escolhido?

Sim, planejamos abrir escritórios locais no Brasil principalmente para marketing. Já temos um Country Manager no Brasil, Leon Wang, e estamos formando uma equipe local.