O jogo “Simulador de Escravidão” foi removido pelo Google de sua loja de aplicativos após denúncia feita pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), que acionou Ministério Público Federal, Polícia Federal e Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), vinculada ao Ministério da Justiça).

“Não é entretenimento, com racismo não se brinca, isso é CRIME!”, escreveu o deputado.

https://twitter.com/IvanValente/status/1661415869421895680

O jogo estava hospedado na loja Google Play até esta quarta-feira, 24, quando a empresa decidiu removê-lo depois de protestos de políticos, pesquisadores e de usuários da Internet ao se deparar com um jogo que simula a escravidão, podendo o jogador torturar seus escravos.

“A Play Store, loja de aplicativos do Android, tem um ‘jogo’ chamado SIMULADOR DE ESCRAVIDÃO, no qual a “brincadeira” consiste em comprar, vender, açoitar pessoas negras escravizadas. É desumano, nojento, estarrecedor. É CRIMINOSO!”, escreveu também no Twitter o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP).

https://twitter.com/orlandosilva/status/1661389675607490561

Silva reforçou a importância da regulação das plataformas digitais: “A própria existência de algo tão bizarro à disposição nas plataformas mostra a URGÊNCIA de regulação do ambiente digital.”

“O PL 2630 é um passo nesse sentido ao regular parte desse ecossistema, que é mais amplo. A regulação das plataformas digitais é um imperativo da civilização contra a barbárie! PL 2630 SIM!”, completou o parlamentar.

No jogo, o usuário é um proprietário de escravos e, como o título sugere, simulava a compra e venda de escravos. Havia duas maneiras de se jogar, da forma tirana ou libertadora. Na primeira opção, o jogador deveria conter rebeliões, impedir fugas e gerar lucro. Na segunda, seu objetivo era chegar à abolição da escravidão, lutando por liberdade.

Desenvolvido pela Magnus Games que, de acordo com o site Tilt é do ucraniano Andrej Kardashov, o jogo tinha cerca de 70 avaliações e pouco mais de 1 mil downloads. Os desenvolvedores escreveram na descrição do app que o game era voltado para o entretenimento e que condenava a escravidão.

O Google foi procurado por este noticiário, mas não retornou antes da publicação desta matéria. O espaço está aberto para a empresa.