Dispositivo da fabricante LG com inteligência artificial para reconhecer objetos

5G, Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial (IA) e smartphones com preço intermediário no Brasil: essas são as principais apostas da LG para o mercado mobile nacional nos próximos anos, informa Fabricio Habib, diretor de estratégia e produtos móveis da companhia sul-coreana.

“Quando a gente fala do mercado brasileiro de celulares, temos o ‘grande meio’ (R$ 1 mil a R$ 1,5 mil) que responde por 50% do setor. Nesta nova LG faz sentido trabalhar na maior fatia do mercado”, disse o executivo. “Nós apostamos em uma nova LG”.

Sobre rumores de uma eventual saída da LG do mercado brasileiro, seguindo o caminho da Sony, que desistiu do país, Habib preferiu não comentar. Contudo, ele enfatizou que a companhia trará dois novos produtos até o final do mês de junho da linha K, intermediária. Em relação aos smartphones mais caros, o diretor revelou que a companhia também mira o mercado de smartphones na gama mais alta de preço. Confirmou que a fabricante trará um celular da série G e que estuda trazer um outro dispositivo, que pode ser da série V.

“Não temos tido o resultado que gostaríamos no Brasil. O fato de ter vivido uma fase difícil (perda de mercado), só mostra que temos a oportunidade de mudar jogo. De maneira nenhuma é um campo perdido para nós”, completou durante conversa com Mobile Time.

Outro ponto defendido por Habib são os números históricos e operacionais da LG, que demonstram a importância do mercado brasileiro para a firma. Dos 99 milhões de smartphones da fabricante vendidos no mundo desde 2016, 14 milhões foram comercializados no Brasil, algo como 495 celulares vendidos por hora. Além disso, a companhia tem 10 mil funcionários no País, com destaque para duas fábricas locais e um centro de pesquisa dedicado à mobilidade.

Time-to-market e inovação

Paralelamente ao portfólio mais caro de smartphones, ele reconhece que a LG precisa e tem trabalhado a fazer  no País. A companhia quer diminuir a janela de seus lançamentos de dispositivos high-end no Brasil, após apresentá-los nos mercados de Europa, Estados Unidos e Coreia do Sul.

“O que o varejo quer são boas opções de produto, com boas tecnologias e na hora certa. Nós nem sempre fazemos isso. Temos que fazer esse trabalho de lançar na hora correta, a um custo mais competitivo e em um intervalo de tempo mais curto”, afirmou Habib. “Para o varejista (incluindo as operadoras), é importante não ficar na mão de um fabricante de dispositivo Android e outro de iOS”.

Sobre os problemas com soluções criadas pela LG para inovar em smartphones, o executivo reconhece que a companhia por vezes faz apostas que o mercado não absorve, como o handset modular ou o dispositivo com bateria e tela curva.

Contudo, Habib frisou que há apostas que deram certo, como o primeiro celular com 5G, o smartphone de duas telas e biometria com reconhecimento de veias.

5G, IoT e IA

Outro tema da conversa foi a investida da LG em novas tecnologias. Habib explicou que sua empresa acredita que o tripé da IA, IoT e quinta geração da Internet móvel é tido como a próxima revolução tecnológica do mundo. Para ele, apenas a LG e sua rival compatriota (Samsung) têm capacidade de trabalhar com IA, IoT e 5G em todas as linhas de produto (TVs, eletrodomésticos, smartphones, entre outros).

O diretor de mobile acredita que a LG pode virar o jogo e dominar o mercado no 5G, assim como aconteceu nas outras mudanças de geração: “Todas as vezes que houve uma mudança de geração na tecnologia celular, a liderança do mercado muda. O 2G era dominado pela Motorola, que perdeu espaço para a Nokia no 3G, que, por sua vez, foi superada pela Samsung no 4G. Agora, o 5G trará outro paradigma tecnológico”.

Para isso, a companhia tem apoiado desde o começo iniciativa em 5G. Habib lembrou que a LG presidiu o grupo de trabalho da GSMA em 5G e contribuiu com um terço dos padrões e especificações da tecnologia celular.