O hub de inovação Cubo Itaú completou nesta quinta-feira, 24, cinco anos de atividade. Se, em seu nascimento, em 2016, eram cerca de 50 startups em um prédio de seis andares na Vila Olímpia, hoje são aproximadamente 230 empresas em modelo híbrido ou totalmente remoto. O prédio de 13 andares, no mesmo bairro da zona sul de São Paulo, estava vazio desde o dia 12 de março, quando o governo do estado instaurou o distanciamento social.

Neste ano, com a crise causada pelo novo coronavírus, as startups precisaram se adaptar e encarar os desafios. 50% das cerca de 230 empresas residentes cresceram em receita, colaboradores e clientes. Porém, 30% tiveram números negativos e 20% se mantiveram no mesmo patamar se comparado com o mesmo período de 2019. Somadas, as startups tiveram um faturamento de R$ 368 milhões entre janeiro de agosto deste ano e, em média, cresceram três vezes na comparação com o mesmo período de 2019. As startups receberam R$ 257,7 milhões em investimentos recebidos no último ano, e geraram 1.785 empregos.

Ricardo Guerra, CIO do Itaú Unibanco

A título de comparação, em 2019, foram acolhidas mais de 300 startups que faturaram, juntas, R$ 540 milhões e geraram mais de 770 empregos.

“Desenhamos um modelo de um Cubo onde tivéssemos uma série de verticais. As empresas queriam participar do hub e pediam fazer Cubos pelo País”, contou Ricardo Guerra, CIO do Itaú Unibanco. A proposta, então, foi aumentar sem dispersar. E, assim, o hub de inovação saiu de um prédio de seis andares para 13. “Foi ousado, mas o crescimento foi correto. A gente não dissipou e o ecossistema continuou se desenvolvendo”, resumiu o executivo.

Dois mil e vinte é considerado o ano da ruptura, com a crise social e de negócios. Não apenas as startups precisaram rever o modelo de negócio, repensar como gerar valor para o cliente e tomar decisões para superar a crise. O próprio Cubo também precisou escalar sua transformação digital. Assim, para manter seu propósito de ser um espaço de conexões entre as startups e as mantenedores, a equipe do hub de inovação desenvolveu algumas plataformas para manter o contato entre as duas partes, de modo a continuar fazendo as conexões.

Os co-heads do Cubo Renata Zanuto e Pedro Prates

Pedro Prates, co-head do Cubo explicou: “No dia 12 de março tivemos que mandar 1.250 pessoas para casa para trabalharem de forma remota. Mas não paramos e fizemos a nossa própria transformação digital. E a gente continuou gerando valor às startups e aos nossos mantenedores. Ouvimos nossa comunidade, nos readequamos e fizemos uma mudança no modelo de negócios para as startups, entregando flexibilidade necessária às empresas”, disse sem entrar em detalhes.

Em tempos de pandemia, os co-heads do hub de inovação, Renata Zanuto e Prates, acreditam que mais do que nunca o Cubo pode ajudar as startups e seus mantenedores. “Esses anos mostraram para a gente o potencial do ecossistema (de startups) no País. Tivemos um crescimento exponencial e o modelo híbrido (presencial e online) vai evoluir cada vez mais. Começamos a nossa transformação e vamos agregar inteligência e conexão”, disse em sua apresentação Zanuto.

Anderson Thees, managing partner da Redpoint eventures, corrobora e explica que a pandemia propiciou uma aceleração intensa na digitalização não só do hub, mas de empresas que estavam adiando a transformação digital. “Estamos sendo empurrados para o futuro, mesmo quem era reativo às soluções digitais. A gente comprimiu essa mola e vamos dar um salto para frente. Continuamos com incertezas no curto, mas no futuro não temos dúvidas, vai ser digital”,  resumiu o executivo.