O modelo de negócio semelhante ao da Uber, ou de outras empresas de economia compartilhada, já alcançou diferentes modais de transporte – carro, táxi, bicicleta, helicóptero, avião – e, recentemente, chegou aos barcos. Fleetss (Android, iOS) é um aplicativo brasileiro de aluguel de embarcações que iniciou suas operações em fevereiro deste ano. Nasceu a partir do amor pela navegação de Isabella Salomão, CEO da empresa, e dos sócios Rodrigo Albuquerque e Matheus Frota. Atualmente, o app possui mais de 400 embarcações cadastradas e mais de 2 mil usuários. O app tem abrangência nacional, mas, por enquanto, é possível encontrar opção de aluguel em mais de 30 cidades de 14 estados como Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Atualmente, por conta da quantidade de embarcações cadastradas, a Fleetss é avaliada em R$ 30 milhões. O sucesso nesta etapa inicial fez com que a companhia pensasse em uma expansão internacional para janeiro de 2023.

A empresa espera que até o final do verão de 2022-23, ou seja, em um ano de operação, o aplicativo tenha 10 mil pessoas e embarcações cadastradas. “A pessoa que cadastra a embarcação não deixa de ser cliente. Eles também viajam e alugam outros barcos em outros estados. É uma paixão pelo mar. Para quem gosta disso, todos são clientes”, diz Salomão em conversa com Mobile Time. Além de donos de barcos, a Fleetss também conta com o cadastro de agências de turismo.

A perspectiva para o futuro da Fleets é de oceano azul, inclusive com o desejo de expandir para o exterior ainda em janeiro de 2023.

“Queremos expandir para outros países da América Latina e depois, Europa. Vamos aos poucos. Recebemos algumas propostas já de parcerias com empresas que também pensaram em um aplicativo parecido, mas estamos avaliando as possibilidades”, diz a CEO da Fleetss.

Fleetss

Isabela Salomão, CEO da Fleetss. Aplicativo da empresa foi desenvolvido em um ano e meio. Foto: divulgação

Em seu modelo de negócios, o aplicativo cobra uma taxa fixa de 10% do cliente e de 5% do proprietário da embarcação. Segundo Salomão, o valor está bem abaixo do praticado por agências de viagens, que podem cobrar 50% do proprietário do barco. Reduzir essa taxa foi um dos motivos para a criação da Fleetss.

“Estávamos numa viagem pelo Nordeste e tivemos dificuldade de alugar uma embarcação. Tivemos que procurar em uma agência e levamos dois, três dias para encontrar. Mas a empresa ficou com 50%. Pensando nisso, resolvemos criar a Fleetss. O que nós cobramos está bem abaixo do que cobra o Airbnb, por exemplo”, explica Salomão. O valor do combustível não está incluso e é calculado de acordo com a distância a ser percorrida.

A Fleetss reúne diferentes modelos de embarcações, como iates, veleiros e lanchas que vão de 9 a 90 pés. Todos os barcos são alugados com o marinheiro, ou seja, uma pessoa com habilitação que permita conduzir aquela embarcação. Dependendo do tamanho e do número de pessoas, a Fleetss exige mais pessoas na tripulação.

Até o momento, os sócios investiram aproximadamente R$ 850 mil na empresa. E a expectativa é de que, em cinco anos, o app tenha entre 25 mil e 50 mil embarcações cadastradas. “Mas antes disso esperamos que em um ano tenhamos retorno do investimento”, acredita a CEO.

O app levou um ano e meio para ser desenvolvido. Atualmente, são 11 pessoas trabalhando ao todo na Fleetss entre desenvolvedores, pesquisadores e marketing.