A Syntonic, empresa norte-americana que comprou no ano passado a unidade de direct carrier billing e conteúdo móvel da Zenvia, está realizando uma renovação completa do portfólio adquirido no Brasil. Todos os 40 contratos que vieram da Zenvia estão sendo analisados, ao mesmo tempo em que a empresa procura por novos parceiros nacionais: a estratégia é focar em poucos serviços digitais, mas que tenham alto valor agregado. A proposta é ajudar a inserir as operadoras na chamada “app economy”, aproveitando a plataforma de billing das teles, o que é um diferencial importante em países emergentes nos quais há baixa penetração de cartão de crédito.

“Somos uma empresa de mobile commerce, não de VAS. Estamos focados em gerar receita para as operadoras e para os donos de apps”, diz Ricardo Cidale, vice-presidente para as Américas da Syntonic, em entrevista para Mobile Time.

Na prática, a proposta da Synotnic é fazer a ponte entre as teles e o ecossistema de apps, cuidando do gerenciamento completo do negócio. Enquanto a Syntonic se encarrega da solução fim a fim, operadoras e provedores de conteúdo podem se concentrar no core de seus negócios. “Queremos deixar o dono de app livre para poder criar novos serviços”, comenta Cidale.

Tudo começa com a seleção de serviços digitais que sejam complementares ao portfólio de cada operadora e que sejam verdadeiramente atrativos para o consumidor final. Uma vez acertados os termos do acordo de compartilhamento de receita para a venda do serviço com cobrança pelas operadoras, a própria Syntonic se encarrega de investir em mídia digital para promover o serviço, utilizando-se de análise de dados para aperfeiçoar as campanhas e melhorar a conversão. Além disso, a companhia conta com uma plataforma de navegação patrocinada que permite não cobrar dados dos usuários durante o acesso a determinados apps ou sites.

Até o início do segundo semestre o intenção é ter cinco produtos nacionais novos e de alta relevância em seu portfólio, informa Amarilis Sehbe, gerente geral da Syntoni no Brasil. O primeiro já está acertado: é um app de localização de familiares chamado Tô Aqui. Outros estão em fase de negociação.

Exportação

Paralelamente, a Syntonic pretende levar para o exterior, especialmente para outros mercados emergentes, o portfólio que construir de produtos brasileiros. A companhia tem presença física em 17 mercados. “Costumamos dizer que somos uma pequena grande empresa”, comenta Cidale.

Por sua vez, a plataforma de direct carrier billing adquirida da Zenvia está sendo levada para outros países, como Vietnã e África do Sul, onde a a Syntonic pretende adotar a mesma estratégia de gerenciamento completo das ofertas de serviços digitais específicos para as operadoras.