O setor de turismo e hospitalidade foi um dos mais afetados pela crise do novo coronavírus. E, para sobreviver ao isolamento social, algumas empresas se reinventaram. Foi o caso da Blue Gate, empresa há 13 anos no mercado e especializada em produção de eventos corporativos, logística e viagens corporativas, que desenvolveu a plataforma Blue Connect, voltada para eventos totalmente digitais.

Sérgio Olivetti, CEO e sócio fundador da Blue Gate explicou em entrevista para Mobile Time que a empresa já tinha soluções tecnológicas voltadas para os eventos presenciais. Mas eram ferramentas complementares e foram desenvolvidas por terceiros. “Tínhamos engavetada a ideia de complementar o evento presencial com o digital, de ter uma ferramenta mais robusta. Com a pandemia, aceleramos, mudamos a empresa e criamos um braço tecnológico”, disse. A plataforma atual é proprietária, foi desenvolvida em quatro meses e os analistas e produtores voltados para a operação de turismo ou evento presenciais, se adaptaram e receberam capacitação para trabalharem no mundo virtual.

A Blue Gate conta com um estúdio e equipamentos de vídeo e áudio para gravações e palestras online ao vivo, um investimento feito para este momento de isolamento social, mas também para o formato híbrido que deve se consolidar no mundo pós-pandemia. Entre os serviços oferecidos pela plataforma online estão: o Blue Party, onde o participante pode criar seu próprio avatar, ouvir música de uma playlist customizada ou ao vivo com banda/DJ contratado, participar de ativações gamificadas totalmente personalizáveis, conversar com outros participantes do evento em sistema de chat privado, entre outras funcionalidades; Beyond (Sala de Conferência ou Streaming), uma ferramenta para pequenas reuniões (como rodada de negócios), encontros ou grandes palestras para um número ilimitado de participantes; agenda; realização de pesquisas, enquetes e quiz; campanhas de incentivo vinculando as atividades dos participantes do evento a créditos que podem ser resgatados em forma de produtos ou serviços; jogos de minigames customizados com marca e produtos da empresa, o que inclui competição com os participantes e acúmulo de créditos para resgate de prêmios;

A expectativa é realizar 100 eventos online em três meses. No momento, o Blue Connect já foi testado em um evento para 150 pessoas e serviu de suporte a um outro com 1,5 mil usuários. Segundo Olivetti, a plataforma pode comportar um “número ilimitado de usuários”. O servidor usado é o AWS, da Amazon, e caso a máquina chegue a 70-80% de trabalho, é aberta um novo servidor automaticamente para comportar o aumento de acesso à plataforma. Vale dizer também que o Blue Connect está em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Para Olivetti, o modelo híbrido deve vingar depois que a pandemia do novo coronavírus passar. Segundo o executivo, os custos de um evento totalmente presencial são muito altos e as empresas deverão fazer um evento “físico” com menos gente e comportar um número maior de pessoas no online. “Não vale tanto a pena gastar o que gasto com logística, cenografia, chamando 1 mil pessoas se posso selecionar meu público e ter uma penetração gigante no digital”, complementou.

Olivetti ainda estuda o melhor modelo de negócios. Uma das opções seria vender a plataforma como serviço, com possibilidade de pagamentos mensais, semestrais ou anuais. Dessa forma, a empresa seria responsável por montar o evento dentro da plataforma.

Para suprimir alguns aspectos ausentes dos eventos virtuais, a Blue Gate oferece algumas opções de comida e bebida para serem entregues nas residências dos participantes do evento. Por exemplo, a empresa organizadora de um ciclo de palestras virtuais pode estipular um gasto por pessoa e Olivetti apresenta opções, com bebidas variadas e comidinhas, como sanduíches. Seus fornecedores estão espalhados pelo País e podem entregar em diversas cidades do Brasil, no estilo Rappi e iFood. “Ela entre no nosso cardápio, vê os restaurantes e estabelecimentos, escolhe dentro das opções o que ela quer disponibilizar e nós acionamos os parceiros. Funciona bem em eventos virtuais de confraternização”, explicou o executivo.

Confira aqui um vídeo sobre o Blue Connect.