Os avanços das plataformas de transporte e de entrega por aplicativo não ocorreu à custa de empregos já existentes. De acordo com o Relatório de Política Monetária do Banco Central, apresentado nesta quinta-feira, 25, a maior parte dos motoristas e entregadores por apps veio de fora da força de trabalho, o que indica que os aplicativos criaram novas formas de ocupação em vez de substituir empregos formais.

O BC apresentou no relatório dois exercícios a partir de dados da PNAD Contínua, do IBGE e a conclusão da autoridade monetária foi que “os novos postos por aplicativos não foram criados em detrimento às demais ocupações, que a maioria dos seus trabalhadores vem de fora da força de trabalho e que o impacto sobre a taxa de desocupação seria da ordem de -0,3 p.p. (embora não estatisticamente significante)”. Ou seja, que os aplicativos teriam criado formas de ocupação em vez de substituir empregos formais.

“É importante destacar que as estimativas apresentadas podem não representar o verdadeiro efeito causal que o crescimento da ocupação por aplicativos tem no mercado – pela possível existência de mecanismos alternativos de associação entre as variáveis, como causalidade reversa. Portanto, as estimativas devem ser interpretadas com cautela”, alerta o relatório.

BC: números do trabalho de transporte e de entrega por apps

Entre 2015 e o segundo trimestre de 2025, o trabalho de transporte e de entregas por apps cresceu 170% no Brasil, chegando a 2,1 milhões de pessoas, enquanto dez anos atrás, a taxa estava em 770 mil, de acordo com o Relatório de Política Monetária do Banco Central, divulgado nesta quinta-feira, 25.

Para o BC, a participação desses trabalhadores “ainda é relativamente pequena” em comparação com o universo do mercado de trabalho, mas a presença desse contingente contribuiu para elevar o nível de ocupação e reduzir a taxa de desemprego.

Em termos de representatividade, os 2,1 milhões de brasileiros que atuavam no 2T25 nesses aplicativos representavam 2,1% da população ocupada e 1,2% da população em idade de trabalhar. Os 770 mil correspondiam, em 2015, o equivalente a 0,8% da população ocupada e 0,5% da população em idade de trabalhar.

“Observa-se que, entre 2015 e 2017, o crescimento foi mais acentuado nos serviços de transporte de passageiros. De 2017 a 2021, o dinamismo foi maior nos serviços de entrega em domicílio”, aponta o estudo.

BC

Fonte: IBGE e BC

 

 

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