O governo francês fixou no fim da semana passada o valor mínimo de 2,17 bilhões de euros o preço das frequências 5G. A quantia foi considerada razoável para a secretária de finanças do Ministério da Economia e Finanças, Agnès Pannier-Runacher, em entrevista a jornalistas no último domingo, 24. De acordo com o jornal Le Monde, a secretária estava comprometida a evitar ao máximo o cenário italiano, onde as operadoras tiveram que desembolsar mais de 6 bilhões de euros para adquirir as frequências de quinta geração postas à venda pelo governo italiano.

No caso francês, foi estabelecido um preço mínimo pelo qual todo o espectro (no total, 310 MHz) cedido pelo estado pode ser vendido. Na prática, cada operadora pagará inicialmente 350 milhões de euros para obter um bloco de frequência de 50 MHz, uma reentrada de 1,4 bilhão de euros nos caixas do governo francês. Em um segundo momento, as operadoras – Free, Orange, SFR e Bouygues Telecom – deverão concluir suas compras, competindo pelos 110 MHz restantes do espectro, que serão leiloados em onze blocos de 10 MHz, cada um dos quais será colocado à venda a um preço inicial de 70 milhões euros, totalizando nesta etapa, 770 milhões de euros e, assim, chegando aos 2,17 bilhões totais. Espera-se que esta última fase, originalmente prevista para o início de 2020, seja realizada entre abril e junho de 2020.

Operadoras

De acordo com o noticiário francês, as operadoras ficaram desapontadas com os valores e reclamaram, pois ainda precisarão investir em cobertura, e lembraram do investimento pesado feito recentemente para implantação a cobertura 4G e da fibra em todo o território.

O presidente da Federação Francesa de Telecomunicações (FFT), Arthur Dreyfuss, acha que os valores não são coerentes com o que estava sendo negociado com o governo. Ele lembrou os investimentos de mais de 10 bilhões de euros por ano em 4G e fibra e explicou que as operadoras são o motores e as financiadoras dos maiores projetos de infraestrutura do país e ainda têm os preços mais baixos de assinaturas de seus serviços da Europa, além da alta tributação.