Pupz

Hoje em dia, o reconhecimento facial pode ser usado para fazer pagamentos, embarcar no avião, abrir o celular, entre outras incontáveis funções. É uma tecnologia que avançou na pandemia – por não exigir contato físico com o objeto –, mas ainda é motivo para suspeições e polêmicas. E, se um rosto exige uma tecnologia robusta, será que é possível a biometria facial também ser utilizada para identificar animais? A Pupz (Android, iOS), plataforma pet, diz que sim, é possível. O sistema coleta diversos pontos da face e do focinho do animal para identificá-lo. De acordo com Carlos Fabbro, CEO da empresa, a taxa de assertividade é de mais de 94% na identificação de cães e gatos. A solução tem como premissa ajudar na busca por animais perdidos.

A ferramenta funciona da seguinte maneira: o responsável pelo animal se cadastra na plataforma Pupz e insere as informações do animal e seis fotos de sua face. Assim, quem encontrar o cão ou gato perdido na rua deve tirar uma foto dentro do aplicativo e, caso o animal esteja cadastrado, será possível fazer um match e informar os dados do pet, de modo que a pessoa que o encontrou possa contatar o seu tutor.

“A identificação da raça já é possível de se fazer. O trabalho foi fazer o focinho. É importante detectar com precisão a distância do focinho para o olho, ver se tem manchas. É um processador pesado. Inclusive, os servidores ficam fora do País”, explica Fabbro. Estudamos muitas dessas redes neurais e criamos uma rede nossa, mais acurada. E chegamos a 94% de assertividade, mas a meta é chegar a 98%”, complementa.

No momento, a solução de reconhecimento facial está sendo testada pela Porto Seguro, que oferece seguro para pets. A ferramenta da Pupz funciona como um sistema antifraude, pois identifica exatamente qual animal está segurado pelo plano e evita que o responsável pelo bicho faça apenas um para dois animais, por exemplo.

A solução de reconhecimento do focinho do animal é mais um contingente do app. E funcionará de forma mais efetiva quando o aplicativo ficar mais conhecido pela comunidade dona de pets.

Outras opções

Pupz

Detalhe da coleira da Pupz com a borracha onde é inserido o chip com NFC

Mas o Pupz possui outras maneiras de proporcionar o reencontro entre dono e animal. Além da biometria, a empresa oferece coleiras e peitorais que possuem uma pequena borracha. Dentro dela, está um microchip com NFC. Ao encostar o celular com a tecnologia ativada, a pessoa que encontrar o bichinho será redirecionada para um chat com o tutor. Neste caso, apenas o dono do animal precisa do aplicativo.

“Basta a pessoa encostar o celular na coleira. Vai abrir um browser de Internet com o prontuário do cachorro ou do gato, com as características dele. E o chat inicia uma conversa anônima com o tutor. Isso protege tanto quem encontrou quanto o dono”, explica Fabbro.

Outra opção é um chip que pode ser implantado sob a pele do animal. Uma cápsula guarda também um chip NFC. Neste caso, uma anestesia local é suficiente para inserir o dispositivo de forma subcutânea.

Futuramente, haverá também um outro dispositivo com GPS. Este está em homologação na Anatel. Quando puder ser comercializado, usará a rede LoRa. “Este produto será uma pulseira vestível. Ele é ativo, ou seja, vai transmitir um sinal a cada cinco minutos com a localização do pet, via satélite”, explica.

“A ideia é oferecer alternativas. Tem coleira com NFC, terá GPS e tem a rede neural (reconhecimento facial)”, complementa o CEO da Pupz.

Marketplace

O Pupz quer ser o superapp dos tutores de animais e, para isso, também oferece uma série de outros serviços além da identificação do animal. São eles: agenda de vacinação, lembrete para tomar remédios, sistema de buscas por petshops, passeadores, adestradores, veterinários, entre outros recursos. A ideia é ser um marketplace de nicho para os animais domésticos.