A Sinch quer atuar como integrador dos serviços de APIs das operadoras no Brasil. De acordo com Mauricio Senna, diretor de relações com as operadoras para América Latina da empresa, a estratégia é oferecer ao mercado as APIs do Open Gateway que estão disponíveis por Claro, Vivo e TIM, em especial:
- Number Verification;
- SIM Swap;
- Two-Factor Authentication (2FA);
- Device Location;
- Roaming.
Setores de finanças e comércio eletrônico são os alvos iniciais que podem se beneficiar das documentações para impulsionar suas transformações digitais. Globalmente, a empresa possui parceria com a Aduna, a joint-venture da Ericsson com grandes operadoras globais para oferecer APIs de redes ao mercado.
Julia Fraser, vice-presidente executiva da Sinch para as Américas, afirmou que a parceria com a Aduna deve gerar frutos nos próximos seis meses, pois ainda está em seus primeiros passos. Para o Brasil, Mario Marchetti, head de operações para a América Latina na companhia, afirmou que a ideia em Open Gateway é trabalhar com empresas e com a Aduna para desenvolver soluções que o mercado está demandando.
Vale lembrar, a Claro informou durante o MobiXD, evento do Mobile Time, que tem um rol de pelo menos seis APIs a serem lançadas, sendo que a Tenure (verificação da duração da permanência de um usuário móvel vinculado a um número de celular com sua operadora de telefonia móvel) é uma das requisitadas por seu principal cliente em Open Gateway, o Itaú.
Sinch na América Latina
Fraser afirmou que a operação latino-americana tem um potencial enorme com RCS e WhatsApp como as duas principais vertentes de crescimento. Atualmente, a empresa tem cerca de 900 clientes na região, cujos principais mercados são Brasil e México. Marchetti complementou e disse que o foco da Sinch este ano é se consolidar nesses dois países.
Nos próximos anos deve focar ainda em Colômbia, Chile e Argentina. Atualmente, dois terços da receita da companhia vêm das Américas, mas a América Norte é mais forte que a América Latina.
Para o avanço na região, a vice-presidente da companhia afirmou que são vitais parcerias como a que possui com a Ericsson, assim como relações estreitas que possuem com Meta e Google: “Nós sabemos que 45% dos nossos negócios nos próximos anos virão de terceiros. Portanto, precisaremos construir equipes sólidas ao redor dessas parcerias”, disse.
RCS e WhatsApp
Durante conversa com esta publicação, Fraser explicou ainda que o ano de adoção em massa do RCS deve acontecer entre 2026 e 2028 com este meio ocupando 20% do mercado de mensageria no lugar do SMS, que ainda é predominante, em especial nos EUA.
O foco no momento para a Sinch é fazer com que as marcas se cadastrem no ecossistema do RCS. Atualmente, a Sinch tem 150 mil clientes em sua base, a maioria deles em mensageria. No Brasil, o head de operações acredita que o crescimento será de três dígitos em 2025, ante o ano anterior, em um movimento puxado com apoio das operadoras.
Por sua vez, a executiva explicou que o WhatsApp começa a tomar mercado nos EUA. Fraser detalhou que a tecnologia começa a ganhar usuários no sul da Flórida e da Califórnia com empresas de delivery, seja na contratação de funcionários ou comunicação com clientes.
Na América Latina, Marchetti afirmou que os bots da Sinch no WhatsApp têm 700 milhões de sessões abertas por mês.
Imagem principal: Ilustração produzida por Mobile Time com IA