O CPQD vai atuar como “venture builder” no apoio a startups. Para isso, está lançando o Ventures CPQD, braço que vai prover recursos humanos e tecnológicos para as startups selecionadas.

“Não vamos aportar capital financeiro, mas sim capital tecnológico. Levaremos recursos humanos e componentes tecnológicos para as startups”, explicou o presidente do CPQD, Sebastião Sahão Jr, em entrevista coletiva online nesta quinta-feira, 27. 

“O venture builder se diferencia de outros modelos de inovação aberta, como private equity, que foca em aplicação de capital e retorno. O venture builder participa da construção das startups desde a ideação até a série A, quando começa seu crescimento”, acrescenta Fabrício Figueiredo, gerente de desenvolvimento de negócios do CPQD. 

No caso do Ventures CPQD, se trata de um venture builder com base tecnológica, ou seja, as startups terão acesso facilitado às tecnologias desenvolvidas pelo CPQD. O portfólio é amplo e abrange conectividade, IA, blockchain, sensoreamento, mobilidade elétrica, fotônica, dentre outras áreas.

O CPQD também vai ajudar as startups a validar seu modelo de negócios, encontrar sua demanda e atrair investidores privados. “Uma vez pronto o produto, o CPQD pode acelerar a fase de scale-up, ajudando em conexões de negócios com nosso ecossistema”, diz Figueiredo. “Nosso objetivo é reduzir o risco das startups, e maximizar o retorno para todos os parceiros envolvidos”, resume.

Em troca do apoio, o CPQD poderá ter uma participação nas startups na forma de mútuos conversíveis, ou receber royalties no futuro. Os detalhes variam caso a caso, dependendo da negociação.

Seleção

O Ventures CPQD vai priorizar a seleção de startups em quatro áreas: 

1) Agro Sustentável, com foco na promoção da sustentabilidade socioambiental e acesso à inovação digital com geração de valor para produtores rurais; 

2) Saúde Acessível a Todos, com o objetivo de promover a digitalização do acesso a serviços de saúde, com qualidade, segurança e agilidade, reduzindo as desigualdades nessa área; 

3) Indústria do Futuro, com propósito de alavancar a digitalização da indústria com processos mais conectados, inteligentes e seguros; 

4) Deep Tech Fotônica, com foco em startups da área de fotônica, especialmente no desenvolvimento de sistemas de monitoramento para operações de missão crítica em áreas como energia, óleo e gás.

As duas primeiras startups selecionadas pelo Ventures CPQD são Sintropica Capital Natural e Green Bonds Brasil. A primeira usa inteligência artificial na análise de imagens de satélite para monitoramento do solo. A segunda desenvolve uma cadeia de custódia e tokenização de ativos ambientais usando blockchain e identidade digital descentralizada.