Fernanda Ribeiro, presidente da Associação AfroBusiness, cofundadora e CEO da Conta Black, estuda e se inspira em bancos estrangeiros para pensar nas possibilidades do seu banco digital, mas entende que ainda está muito longe de se comparar a eles. A executiva da fintech de nicho, fundada por ela e Sérgio All para desburocratizar serviços bancários, falou sobre sua empresa nesta terça-feira, 27, na feira Febraban Tech.

A Conta Black é uma conta digital segmentada para pessoas negras e periféricas que se propõe a democratizar o acesso a serviços bancários, “sem burocracia, com educação financeira, para que o crédito não se torne um inimigo”. Ribeiro apresentou dados comparativos entre a população brasileira e a população americana em relação à quantidade de bancos de nicho que existem em cada país.

No Brasil, 56% da população se autodeclaram negras, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE. Por outro lado, nos Estados Unidos, somente 13%. No entanto, no território brasileiro não chega a ter 50 bancos de nicho para pessoas negras, enquanto nos EUA têm mais de 80.

Segundo a executiva, no Brasil, há um grande número de pessoas desbancarizadas, por não se identificarem com os produtos bancários ou com a própria utilidade deles, entre outros fatores. Ela afirma que esse público não contribui para a coleta de dados, por não terem uma relação de consumo com a instituição financeira, e que, por isso, ainda falta percorrer um caminho para “chegarmos em uma porcentagem mais equivalente com a nossa população”.