Os pequenos estabelecimentos que compõem o chamado "comércio de bairro" carecem de ferramentas de marketing para conhecer ou se relacionar melhor com seus consumidores. Poucos são os que lançam programas de fidelidade e quando o fazem é com cartelas em papel e carimbos, algo de difícil controle e fácil de fraudar. Para resolver esse problema, uma start-up carioca chamada Beni criou uma solução homônima e gratuita na web para a rápida criação de clubes de fidelidade cujos pontos são resgatados através de um app (Android, iOS).

Para criar seu clube de fidelidade, basta entrar no site e preencher um cadastro com dados sobre o seu estabelecimento, que passa a figurar com uma página dentro do app. Através da ferramenta na web, o lojista define benefícios para seus clientes fiéis, para serem trocadas por pontos. Cada R$ 1 consumido na loja equivale a 1 ponto. Os criadores do Beni sugerem que o benefício custe em pontos, em média, dez vezes mais que seu preço de prateleira, mas o lojista tem liberdade para definir outros valores.

Todos os programas de fidelidade criados com a plataforma são acessíveis pelos consumidores dentro do app do Beni. Porém, eles funcionam de maneira independente, ou seja, os pontos acumulados em um não podem ser usados em outro.

A cada compra feita em um estabelecimento participante, o consumidor precisa informar o seu CPF no caixa, que, por sua vez, insere a informação junto com o valor da venda na ferramenta web. Desta maneira, o consumidor vai acumulando pontos mesmo se não tiver o app instalado em seu smartphone. Depois, para trocar seus pontos por um benefício, é preciso solicitar pelo app o resgate. É gerado um código que deve ser informado ao lojista, que o valida através da plataforma na web. Os pontos não expiram, mas uma vez solicitado um resgate o consumidor tem 15 dias para utilizar o benefício. Segundo a empresa, 85% dos consumidores que resgatam um benefício retornam ao estabelecimento em menos de 30 dias.

Modelo de negócios

Os criadores do Beni contam que inicialmente havia uma cobrança de mensalidade pelo uso da plataforma na web. A estratégia foi reformulada há cerca de um mês, quando a ferramenta se tornou gratuita. Desde então, a quantidade de estabelecimentos cadastrados triplicou. Hoje são 85 em nove cidades diferentes. E há pouco menos de 10 mil usuários do app. A meta é ter pelo menos 1 mil lojas e 100 mil usuários daqui a um ano, informa Jeizzon Mendes, CEO do Beni.

A monetização virá da oferta de serviços extras para os estabelecimentos comerciais, como a possibilidade de realização de pesquisas de opinião junto aos seus consumidores através do app.

A Beni faz parte da primeira turma do programa Startup Rio e tem entre seus investidores a empresa de BI Cortex Intelligence. Agora, busca novos investidores para levantar entre R$ 600 mil e R$ 1 milhão a serem aplicados na aquisição de clientes.

Startup Rio

Esta é a segunda matéria de uma série que MOBILE TIME publicará ao longo dos próximos dias sobre alguns dos projetos presentes na primeira turma do Startup Rio que estão diretamente relacionados a mobilidade. O Startup Rio é um programa de pré-aceleração criado pelo governo do estado do Rio de Janeiro que selecionou 50 ideias de start-ups de tecnologia e distribuiu R$ 100 mil para cada uma, além de oferecer espaço para co-working, capacitação e treinamento, sob a coordenação da aceleradora Outsource Brazil. O ciclo da primeira turma termina ao fim do ano. O edital para a seleção da segunda turma está no ar no site da Faperj.