Imagem de progamers que disputarão o Taça das Favelas de Free Fire em 2021 (Foto: Divulgação Itaú/Cufa)

O Itaú tem investido no mercado de games como forma de se aproximar da próxima geração que começa sua vida financeira. Recentemente, o banco anunciou um aporte no game CAMP Wars de um desenvolvedor local, Pedro Caxa, além de uma série de iniciativas nesta semana para apoiar o torneio Taça das Favelas de Free Fire (Android, iOS) feito junto à Central Única das Favelas (CUFA).

“A nossa intenção aqui é fomentar o ecossistema de desenvolvedores de jogos, mudar o game aqui também. Queremos estar muito próximos das novas gerações e conhecer de perto as suas necessidades, daí a aproximação com o universo dos gamers”, diz Robson Harada, superintendente de growth marketing do banco. “Essa aproximação começa com um grande processo de escuta e o convite para que, juntos, possamos criar soluções de produtos e serviços financeiros que sejam relevantes e, sobretudo, desenvolver e apoiar projetos que ajudem a transformar a vida dessas pessoas para melhor”, completa, em resposta por e-mail ao Mobile Time.

Sobre a possibilidade de dar um passo extra e criar equipes de e-Sports, Harada afirma que não tem plano de formar times, mas “isso colabora com a construção da nossa marca empregadora, o engajamento e feedback que temos dos colaboradores é muito positivo e virtuoso”.

“Queremos manter a consistência, o diálogo e a troca com a comunidade, fortalecer e ampliar nossa plataforma via essas conexões legítimas. Através dessa escuta ativa que estamos fazendo (nos jogos), vamos desenvolver produtos e serviços que façam sentido para os gamers e seu entorno, incluindo ações que promovam também educação financeira”, explica o executivo.

Ferramenta social

(Foto: Divulgação Itaú/Cufa)

Na estratégia do Itaú, o banco é visto como ferramenta de ascensão social. Em uma pesquisa feita pelo banco, CUFA e instituto DATAFAVELA com 1,1 mil pessoas, 96% afirmaram que querem ser jogadores profissionais de e-Sports, 29% veem este como o maior sonho de suas vidas (mais do que a compra da casa própria), mas apenas 4% têm renda fixa a partir dos games.

Feito entre os últimos dias 10 e 13 de setembro, o estudo demonstra ainda que o celular é o principal canal de 98% dos jogadores. Ou seja, o mobile tem papel fundamental na inserção desses jovens no mundo dos games, em especial com jogos populares como o Free Fire, que é o favorito de 15% dos gamers brasileiros, segundo a pesquisa de Panorama de Uso dos Apps do Mobile Time/Opinion Box.

Porém, as dificuldades são muitas para esses jogadores, tais como:

  • 79% deixaram de jogar por falta de dados ou problemas de conexão;
  • Um em cada quatro entrevistados citaram falta de oportunidades para seguir a carreira gamer, como participar de campeonatos, obter visibilidade ou patrocínio;
  • 22% apontam a baixa qualidade de equipamentos e das conexões à internet.
  • 73% afirmam que participaram do Taça das Favelas Free Fire mais por motivos profissionais do que pessoais

“O Free Fire é uma das maiores tangibilizações de como os games podem mudar a vida das pessoas. Sim, ele é popular, mas não basta ser popular se você não cria um ecossistema ao redor que possibilite que todo esse acesso cause impacto positivo na comunidade. Com diversos campeonatos, premiações, incentivo a influenciadores, pro players, e streamers entre outras frentes, ele se destaca por conseguir conectar todas as pontas com escala e de maneira muito democrática”, disse Harada. “Sendo assim, o ecossistema é muito consistente, sendo natural que essa franquia faça parte da nossa estratégia e plataforma do #IssoMudaOGame (ação de game do banco), que é composta por diversas outras iniciativas complementares e que se somam entre si”, somou o gestor.

Outros achados da pesquisa mostram o potencial do torneio da CUFA que é organizado com apoio da LNK Gaming, como:

  • 94% dizem que a Taça das Favelas mostrou que o eSports pode ser uma oportunidade profissional;
  • 73% afirmam que participaram do Taça das Favelas Free Fire mais por motivos profissionais do que pessoais.

“A pesquisa recente que fizemos em parceria com a CUFA e o Data Favela indica que os jovens da favela enxergam o game como possibilidade de ascensão social e 96% deles querem se tornar jogadores profissionais. Com a parceria que estamos iniciando com a Taça das Favelas Free Fire, queremos ajudá-los nessa jornada e em outras iniciativas como essa, junto a outros grupos, que estão por vir”, afirma o superintendente.

Taça das Favelas

(Foto: Divulgação Itaú/Cufa)

No apoio ao campeonato de Free Fire neste ano, o Itaú dará mais de R$ 100 mil em premiações, distribuirá SIMCards para times que passarem da fase estadual com 2 GB de conexão grátis e cursos de educação financeira com a Barkus, além de dicas de conteúdos de treinadores da Loud e um bootcamp para o time ganhador.

“Todas as equipes que avançarem para as etapas estaduais receberão dois chips com 2GB de conexão cada por mês durante um ano que não consomem dados para jogar e usar WhatsApp. Estamos falando de 7.800 chips, um para cada jogador e outro para ele presentear alguém próximo, um familiar, amigo que faça parte do seu entorno social, deixando um legado de conectividade e inclusão digital”, explica.

“Quando os participantes ganharem os chips, eles receberão uma carta convidando-os para participar da trilha de conhecimento incluindo educação financeira. Eles podem aderir ou não via WhatsApp e ter suas aulas. Essa é mais uma possibilidade de os participantes adquirirem conhecimentos diversos e se desenvolverem ainda mais profissionalmente”, concluiu.

Ao todo, a iniciativa do Taça das Favelas para o Free Fire espera movimentar 200 mil jogadores e 1,3 mil seleções de favelas de todo o Brasil. As inscrições já estão abertas no site do evento e vão até 13 de outubro. A final do torneio será em 4 de dezembro deste ano.

As etapas nacionais e finais serão transmitidas ao vivo nos canais oficiais da Taça das Favelas Free Fire, no Youtube, Booyah e Garena.