Thiago Chueiri, diretor de desenvolvimento de negócios no PayPal Brasil

Uma pesquisa com 2 mil brasileiros donos de handsets e 500 empresários do m-commerce descobriu que 43% dos brasileiros compram por redes sociais ou aplicativos de mensageria, sendo que 29% compram pelo menos uma vez por semana. Os segmentos mais citados pelos consumidores em redes sociais foram: roupas e acessórios (35%), saúde e beleza (26%), livros e revistas (20%) e eletrônicos e computação (16%). A média de gastos mensais via redes sociais é de R$ 466.

Encomendada pelo PayPal junto ao Ipsos, o estudo feito entre julho e agosto de 2019 revelou que o WhatsApp é o meio mais usado (26%) seguido por Facebook (24%) e Instagram (16%).

Pelo lado das companhias, o WhatsApp (90%) foi citado pela maioria como o espaço mais usado para vender, mas o Facebook é o mais utilizado para a promoção e oferta de produtos e serviços.

“O WhatsApp é o principal canal de vendas entre redes sociais e apps de mensageria. Isso se deve à penetração da plataforma, que tem uma base de 130 milhões de usuários”, disse Thiago Chueiri, diretor de desenvolvimento de negócios no PayPal Brasil. “Em promoção e atendimento, o Facebook ainda é mais forte”.

Comportamento e experiência

O estudo descobriu hábitos curiosos dos consumidores. Por exemplo: 60% usam o dispositivo em casa, quando estão relaxando; 47% compram quando estão na cama ao final do dia; e 29% já fizeram compras espontâneas pelo celular. Considerando só os millenials, 32% declaram que já compraram de forma impulsiva; 20%  compram quando saem com amigos; e 17% compram pelo celular quando estão na loja.

Os usuários veem como principais incentivos o consumo no mobile a economia de tempo ao pagar contas (49%) e a facilidade em usar o device para efetuar compras (46%). Por outro lado, os compradores acreditam que são barreiras a falta de segurança ou confiança (54%), falta de informações sobre os produtos (46%) e aplicativos que não carregam ou travam (42%).

Em relação à convergência, 48% dos brasileiros afirmam que já abandonaram compras no carrinho. Entre os motivos mais apontados estão: meio de pagamento preferível não disponível (25%), preocupação com segurança (23%) e demora no processo de pagamento (17%).

Sobre segurança por parte do usuário: a proteção por biometria (36%) aparece à frente de senhas com PIN Codes (29%) como a preferida; 39% dizem ter antivírus no smartphone; 26% têm app localizador de celular; 20% possuem app para limpar remotamente o smartphone; e 21% não têm nada. O estudo revela ainda que 37% dizem que só usam o Wi-Fi em redes seguras para efetuar pagamentos móveis, e que a fraude no cartão de débito/crédito é o principal receio para a maioria (44%).

Consumo no m-commerce

No consumo geral no m-commerce, o gasto médio mensal dos usuários brasileiros é de R$ 503. As categorias mais citadas em compras são roupas (52%), pagamentos de contas (50%) e saúde e beleza (37%). Os métodos de pagamentos mais usados são cartão de crédito (67%), boleto bancário (50%), cartão de débito (37%), PayPal (37%), Mercado Pago (31%) e transferência bancária (30%). Por outro lado, os meios favoritos são cartão de crédito (44%), boleto bancário (16%) e cartão de débito (11%). Aproximadamente, 60% dos usuários fazem pagamentos semanalmente via mobile.

Empresas

A pesquisa também ouviu os executivos para entender a visão, as dificuldades e as barreiras sobre o m-commerce. Nela é revelado que 48% do volume de vendas do m-commerce no Brasil acontece por aplicativo.

36% das empresas entrevistadas têm pelo menos um app, 44% pretendem desenvolver um app e 34% estão em processo de desenvolver uma aplicação.

Entre as prioridades, a garantia da privacidade dos dados do cliente é a mais citada (52%). Sobre preocupação com o desenvolvimento no mobile, os comerciantes citam principalmente o estado da economia local (39%).  E a respeito às barreiras para entrar no mobile, os executivos apontam: problemas na proteção de dados dos consumidores (25%); por acreditar que o seu público não quer comprar por mobile (25%); preocupação com os próprios dados (20%); e por não ser prioridade dos seus negócios (20%).

Entre os meios de pagamentos oferecidos, cartão de crédito (79%), cartão de débito (74%), boleto bancário (71%), PayPal (62%), transferência bancária (59%), PagSeguro (56%) e Mercado Pago (49%) foram os mais citados. E 52% das empresas aceitam pagamentos via redes sociais. Em segurança, 40% das empresas enfrentaram algum tipo de fraude no pagamento ou estorno nos últimos 12 meses. E 63% das companhias têm ferramentas para a previsão de fraude móvel.