Amit Sanyal, chefe da Comviva na América Latina (esq.); Marco Aurélio Oliveira, diretor de vendas da Comviva

Amit Sanyal, chefe da Comviva para a América Latina, acredita que a companhia de serviços de valor adicionado (SVAs) será forte na região em até quatro anos, com uma receita anual próxima de US$ 100 milhões, em um patamar similar aos mercados do Oriente Médio, Ásia e África. Na sua projeção, o Brasil liderará esse desenvolvimento e responderá por metade dessa receita.

“Nós acreditamos que a América Latina terá uma fatia importante da receita de nossa companhia. E o Brasil vai liderar esse processo”, disse Sanyal. “O cenário político e econômico não é bom hoje, mas será positivo em cinco anos”.

Parte do grupo indiano Mahindra, a Comviva atua principalmente com serviços financeiros móveis, conteúdos, entretenimento informativo, gestão de valor para o cliente, mensageria, dados móveis e serviços de valor agregado. Atualmente, a empresa tem 25 clientes em 85 países, em sua maioria operadoras de telefonia, bancos e varejistas.

Sua operação na região é independente da Índia. A companhia tem escritórios no Brasil, na Colômbia e na Argentina com apoio de mais de 150 profissionais, entre técnicos e especialistas de negócios. A estimativa da empresa é ter o triplo de colaboradores até 2022.

Exemplo

Para o Brasil, as apostas são principalmente em produtos e serviços ligados à transformação digital, análise de dados, pagamentos e conteúdo, para setores como telecomunicações, finanças, delivery e recursos humanos. Na conversa com Mobile Time, o chefe da Comviva abordou principalmente a necessidade de aumento da receita média por usuário (ARPU) nas operadoras.

“O crescimento de ARPU é um dos exemplos. Nós ajudamos as operadoras a crescerem na Índia em ARPU”, afirmou o Sanyal, ao lembrar que a receita por usuário no país asiático fica abaixo dos US$ 5. “Um dos motivos que guiou esse crescimento foram as ofertas de microcrédito. Isso é um grande negócio que ofertamos para as operadoras, ao lado de transformação digital e analytics”.

Modelo de negócios

Sanyal explica que a Comviva é “parceira de negócios” dos seus clientes, compartilhando os “riscos e as recompensas”, dependendo de cada caso. Por esse motivo, Marco Aurélio Oliveira, diretor de vendas da Comviva na região, afirma que buscam por parcerias de longo prazo.

“De um lado você tem os provedores. De outro, a operadora com a infraestrutura. Nós estamos no meio. Fazemos gerenciamento do conteúdo, por exemplo”, diz  Oliveira. “Nós trabalhamos em um formato de célula de apoio, que une tecnologia e comercial. Atualmente estamos na fase de prospecção desses clientes”.