| Publicada originalmente no Teletime | Nada muda com a faixa de 6 GHz no Brasil. Este foi o recado do presidente da Anatel, Carlos Baigorri, em conversa com jornalistas na Mobile World Congress 2023 (MWC 2023) nesta terça-feira, 28. O posicionamento foi contundente, mesmo com declarações da GSMA, que representa o setor móvel global, no sentido de discutir o uso do espectro para o 5G na próxima Conferência Mundial do Espectro (WRC-23).

Segundo ele, apesar da pressão internacional de operadoras, o Brasil não vai mudar de opinião e vai manter os 1.200 MHz de capacidade para a faixa de 6 GHz. “Não muda nada. Aqui ninguém tocou no assunto, não há perspectiva nenhuma para sequer se discutir isso. O 6 GHz é assunto encerrado”, afirmou.

No ano passado, mais pressão a respeito da aplicação do espectro chegou a causar certo ruído na agência. Neste ano, a GSMA voltou a falar do tema no discurso de abertura da MWC.  “Será um tema discutido durante a WRC-23, imagino. Mas estamos livres, leve e soltos, nossa decisão está tomada.”

De fato, a Anatel está comprometida em seguir com a liberação do espectro para uso externo (outdoor), matéria que está em consulta pública no momento. “Vamos ter o WiFi 6E outdoor antes dos Estados Unidos, é a meta do Abraão [Balbino, superintendente executivo da agência]”, afirmou Baigorri. Segundo o superintendente, a ideia é fazer isso até o final do ano.

Também em conversa com jornalistas no evento na Espanha, o presidente do grupo Claro Brasil, José Félix, confirmou que a companhia deverá promover um grupo de trabalho para discutir o tema da faixa de 6 GHz para uso não licenciado no WiFi 6E. Essa discussão deverá acontecer nas próximas semanas. Pelo lado das prestadoras de pequeno porte (PPPs), a Abrint está feliz com os rumos. Os conselheiros Basílio Perez e Cristiane Sanchez mencionaram que o WiFi 6E é, de fato, a melhor solução para o setor, até por conta dos custos proibitivos dos terminais de 5G fixo (FWA).

*O jornalista viajou a Barcelona a convite da Huawei Brasil.