Robôs de voz com processamento de linguagem natural não são mais um bicho de sete cabeças. Agora, até pequenas e médias empresas podem criá-los. Este é o objetivo da VozXpress, uma plataforma desenvolvida pela brasileira Elife. Através de um painel na web, qualquer pessoa, mesmo sem conhecimento de programação, consegue criar rapidamente um bot de voz para realização de chamadas automáticas. O objetivo é utilizar essa solução para tarefas simples e repetitivas que hoje são operadas por humanos através de ligações telefônicas, como confirmar o agendamento de uma consulta ou verificar o melhor dia do mês para pagamento de um boleto que será emitido.

Para criar um bot de voz, o cliente precisa apenas definir a pergunta que deseja que o robô faça, subir uma planilha com os contatos que devem receber a ligação e programar os dias e horários que as chamadas devem acontecer. A própria VozXpress se encarrega de realizar as ligações com o robô, capturar as respostas dos consumidores, usando ferramentas de speech-to-text (STT) e de processamento de linguagem natural, e transferi-las para a planilha do cliente. Os voice bots criados pela VozXpress entendem inglês, espanhol e português do Brasil e de Portugal.

“A estrutura em nuvem oferece a linha telefônica. O cliente só precisa desenhar o voice bot. Cobramos um fee mensal e uma tarifação em separado, com cobrança por minuto”, explica Alessandro Lima, fundador da Elife. “Transformamos uma coisa complicada em uma coisa simples”, resume.

A empresa toma cuidado para não invadir a privacidade dos consumidores. Para tanto, atualiza semanalmente uma lista de números que pediram para não serem perturbados, a partir das listas produzidas por Procons de todo o País. Além disso, os próprios clientes corporativos podem adicionar números a essa lista.

A Elife foi fundada em 2004, originalmente com foco em monitoramento de redes sociais para marcas. Depois disso, entrou no segmento de customer experience em canais digitais e, mais recentemente, no segmento de chatbots. Sobre a mais nova aposta em voice bots, Lima comenta: “Por mais que a gente seja entusiasta de tecnologia, qual é a mídia que toda empresa tem, desde uma clínica até uma escola? É o telefone.”

A Elife tem mais de 400 colaboradores no Brasil e cerca de 50 no exterior. A companhia faturou R$ 35 milhões em 2018 e espera crescer 10% neste ano.