C9 é uma startup de tecnologia que desenvolveu uma carteira digital com um sistema que permite transações de criptomoedas conectadas à blockchain a partir de um cartão físico, já existente, e um terminal de POS. Neste caso, não há intermediários, como as adquirentes. A solução funciona de forma similar àquela de um usuário que cadastra seu cartão de crédito em algum banco digital para poder, por exemplo, realizar o pagamento de contas. O cliente pode inserir o seu cartão na plataforma da C9 e, a partir disso, a startup cria uma e-wallet para este cliente com o cartão vinculado.

Ao transacionar em uma loja parceira, o usuário poderá utilizar este cartão – já existente e cadastrado – para validar a transação direto na máquina POS.

A ideia é que, por meio de parcerias com varejistas, adquirentes, subadquirentes etc, as lojas comecem a atualizar a infraestrutura atual existente, de modo que os terminais sejam capazes de se conectarem ao software da C9 e, assim, as criptos sejam aceitas nas máquinas.

A C9 utiliza uma interface chamada B2W, que conecta a plataforma ao usuário sem intermediários, por meio de blockchain. A partir desta interface, a startup embarca uma wallet web3 em qualquer cartão físico já existente e que pode ser transacionado por meio de um terminal POS, como uma transação de criptomoeda com chip e senha. Wallet web é uma versão online de carteira digital na qual o usuário não precisa baixar um app para acessá-la. Basta a Internet. Ou seja, não precisa de app para acessar a ferramenta.

No momento, a plataforma aceita a cripto da própria empresa, a C9, e Etherium. “Mas já está em nosso roadmap a inclusão de novas opções de blockchain e moedas”, confirma Thiago Ribeiro, CEO e fundador da C9.

Como modelo de negócio a C9 funciona para carteiras digitais voltadas para o B2B e para o B2C. “Mas o usuário final, se não quiser utilizar a nossa carteira, pode transferir suas moedas para sua wallet privada, como uma Metamask (carteira digital voltada para o armazenamento de tokens da Ethereum)”, esclarece o executivo.

A aplicação da startup não movimenta dinheiro fiduciário, somente as criptos. E a ideia é que, futuramente, quando a plataforma da C9 se conectar com varejistas e seus clientes, a transação aconteça entre as duas partes, sem intermediários.

A C9 tem como meta “democratizar a utilização de criptomoedas por meio da wallet” e para isso possui dois modelos de negócios. No primeiro, a C9 Coin funciona como uma forma de o cliente acumular pontos de fidelidade (no caso, pontos tokenizados), que são transformados em criptos. “Somos o primeiro ecossistema de programas de fidelidade cripto do Brasil. É similar ao Dotz, Stix, Livelo e onde vendemos pontos para as empresas varejistas distribuírem para seus clientes com o foco em aumento de vendas, engajamento e redução de CAC”, explica.

O segundo modelo de negócios é um serviço SaaS da plataforma. A C9 a transforma em um white label para empresas e bancos, por exemplo, de modo que essas companhias disponibilizem a wallet da startup a seus clientes, como uma conta corrente cripto dentro do app da empresa.