A utilização de dados no varejo é vital para ele se aproximar dos consumidores da maneira correta, em especial pelos comportamentos geracionais de cada um. É o que acredita que Rafael Vasto, CEO e cofundador da Daki (Android, iOS), que vê o seu público dividido em dois:
- Aqueles que nasceram antes do e-commerce e migraram para o digital;
- E os mais novos que nasceram em uma era digital que possui comércios em sites e aplicativos.
“O que vemos é que a categoria de supermercado é abrangente. De papel higiênico à arroz. Mas a grande questão é como abordar para converter e fidelizar os cientes”, afirmou durante o NSG 2025, evento organizado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas).
“Independentemente das gerações, há um setor de e-commerce relevante no Brasil há duas décadas. Mas em faixa etária, nós temos um público que pulou direto do offline para a primeira onda do e-commerce e tem outra que pula o desktop e o website para um modelo on-demand centrado no mobile”, completou Vasto.
Ana Paula Cestari, sócia do supermercado Pessotto, foi mais específica ao dizer que é preciso combinar o uso de dados com o momento emocional do consumidor ao realizar a compra. Para isso, afirmou que a questão é usar os dados e as informações para saber tratar os diferentes públicos da forma correta.
“Temos quatro gerações no supermercado, a questão é como nos comunicamos com os 60 mais (baby boomers) que querem conexões. Ao mesmo tempo, nós temos a geração Z (nascidos entre 1990 e 2010) que busca pela praticidade e agilidade, só quer comprar e ir embora. Por isso, nós precisamos pegar os dados, entendê-los e juntar com as emoções”, explicou.
A executiva ainda detalhou que os comportamentos das gerações são bem diferentes, como os baby bommers que buscam comodidade, propósito e confiança e visitam o mercado em média uma vez por semana. Por sua vez, os Gen Zs compram todo dia e querem agilidade e rapidez no tratamento.
“A questão é como o cliente é tratado. Muito além de ter a tecnologia, é como levar isso para os nossos colaboradores, de modo que atendem os Boomers com calma e os Gen Z com agilidade. Ou você perde o cliente”, completou Cestari, ao afirmar que apesar do digital, a loja física continua sendo o centro da experiência do cliente.
Já o COO do VIP Commerce by Magalu, Leandro Castanheira, afirmou que a venda de produtos transcende gerações e que é comum gostos e costumes cruzarem entre elas. Por isso, os varejistas (seja no digital ou físico) precisam estar preparados e dialogar com aqueles que foram “nascidos no digital”, mas também “com quem fez a transição do físico para o digital”.
Momento do consumidor
Castanheira vê que a relação do consumidor passa não apenas pelo uso dos dados, mas pela forma como as marcas se comunicam com eles. Como a necessidade de fazer campanhas em mídias tradicionais e digitais: “Não adianta só anunciar na TV e não ir ao TikTok. O consumidor tem o seu momento de compra. Tem momentos diferentes de compras e o varejista precisa aproveitar esses diferentes momentos”, disse.
Para André Biselli, head de produto na Scanntech, o importante é a varejista usar os dados para entender o consumidor, em especial se quiser caminhar para a hiperpersonalizar e ter informações granulares do consumidor que permitam entender qual “o chamariz” que faça uma pessoa fidelizar a marca e a compra: ”Falamos de comunidade, ou seja, um pertencimento e uma forma de o usuário engajar com a marca. Se o varejo acertar a personalização e o engajamento, o consumidor passa a se sentir reconhecido e se torna recorrente”, relatou.
Vasto, da Daki, afirmou que o uso de dados e de novas tecnologias como inteligência artificial e machine learning possibilita dar relevância em escala aos consumidores. Em sua visão, as ferramentas de IA e ML trazem aceleração para as grandes temáticas com olhar do cliente. Assim como, a relevância dos clientes em cadeias.
“Temos o potencial de acelerar várias dessas temáticas de forma interessante (com a hiperpersonalização). Por exemplo, eu não vou precisar enviar mais tanto push notification ou jogar o cliente para a página”, completou o executivo da plataforma, ao explicar que poderá atingir o cliente no momento certo.
Imagem principal, da esq. para dir.: André Biselli, head de produto na Scanntech; Rafael Vasto, CEO e cofundador da Daki; Ana Paula Cestari, sócia do supermercados Pessotto; Leandro Castanheira, COO VIP Commerce by Magalu (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)
