A TNS (Transaction Network Services), uma empresa norte-americana especializada em prover soluções de conectividade para os setores financeiro e de pagamentos, está apostando no Brasil. Presente em 60 países, a TNS adquiriu no começo deste ano a brasileira Link, que atua no mercado de M2M, sendo particularmente forte na oferta de conectividade para máquinas de POS. Seus próximos passos consistirão em investir na Link para ampliar seu portfólio de produtos e serviços no Brasil ao longo dos próximos 12 meses, aproveitando a onda de novas fintechs e players de pagamentos que surgem no País e a necessidade de atendimento aos requisitos da LGPD a partir de agosto de 2020. Paralelamente, avalia a possibilidade de comprar outros ativos no Brasil e pretende se expandir pelo resto da América Latina nos próximos anos: ambos movimentos serão feitos através da Link, revela o CEO da TNS, Mike Keegan, em conversa com Mobile Time.

Mobile Time – Por que decidiram investir no Brasil? E por que escolheram a Link?

“Quando acontece uma disrupção no mercado isso traz oportunidades para a TNS”, diz Mike Keegan, CEO da companhia

Mike Keegan Trabalhamos em 60 países. E uma das poucas regiões onde não estávamos presentes e que é importante para a TNS era a América Latina. E a economia mais robusta da região é o Brasil. Por isso, procurávamos uma oportunidade de investir no Brasil e encontramos a Link, uma empresa que crescia bem, com um quadro de pessoas que entendem bastante do mercado de pagamentos. Pretendemos olhar outros ativos no Brasil e na América Latina. Procuramos empresas que sejam fortes e que tenham experiência em IoT e pagamentos.

Você pode abrir quanto foi pago pela Link?

Não podemos abrir esse número.

No Brasil, há fintechs surgindo a cada semana e uma “guerra de maquininhas” acontecendo. Ao mesmo tempo, a economia não vai muito bem. Como avalia o atual cenário do mercado de pagamentos no País? Por que investir no mercado brasileiro agora?

Eu vejo um pouco diferente. Na minha perspectiva a economia brasileira é muito dinâmica e cada novo entrante vai precisar de conectividade para suportar os seus negócios, especialmente no mobile. O que fazemos é facilitar a conectividade entre os players e o mercado para que possam crescer. Quando acontece uma disrupção no mercado isso traz oportunidades para a TNS.

Quais são seus planos para a Link em um futuro próximo?

Vamos investir mais nela para que possa suportar novas conectividades. Vamos preparar um plano de negócios mais amplo para a Link. Nos primeiros 12 meses a Link lançará novos produtos no Brasil. E depois vamos usá-la para nos expandirmos pela América Latina.

Que novos serviços pretendem lançar no Brasil pela Link?

Por conta da entrada em vigor da LGPD em agosto do ano que vem no Brasil, haverá demanda por serviços de encriptação de dados, tokenização, ou qualquer outro meio de garantir mais segurança para pagamentos. E traremos também mais serviços de telecom.

A TNS está avaliando a compra de alguma outra empresa no Brasil nos próximos 12 meses?

Investimos em aquisições quando a oportunidade faz sentido. Estamos olhando outros ativos no Brasil e na América Latina, mas se vai acontecer em seis ou 18 meses vai depender de fazer sentido para a gente. Quando entramos em um novo país, gostamos de fazê-lo através de uma empresa com conhecimento da língua e do mercado local. Nunca entramos sozinhos para criar tudo por nossa conta, porque assim não se consegue ganhar escala com rapidez. A Link conhece a América Latina muito melhor que nós. Por isso, a Link será o nosso veículo para possíveis novas aquisições na região, a não ser que haja razões tributárias para fazer diferente.