pagamentos instantâneos

Ilustração: Cecilia Marins

A Getnet está realizando uma prova de conceito (PoC) com a tecnologia de “tap on phone”, que consiste em transformar o smartphone do lojista em uma máquina de POS para receber pagamentos por aproximação. A empresa não informa quando pretende lançar o serviço, mas entende que a indústria de pagamentos do Brasil precisará se unir para promover em conjunto a nova tecnologia, ensinando a lojistas e consumidores como ela funciona, comenta a vice-presidente de negócios da Getnet, Mayra Borges, em conversa com Mobile Time. 

“A adoção do tap on phone não pode ser um movimento de um único player. Temos que nos unir enquanto indústria para fazer um trabalho de aculturamento”, propõe Borges.

Mayra Borges, VP da Getnet: “A adoção do tap on phone não pode ser um movimento de um único player. Temos que nos unir enquanto indústria para fazer um trabalho de aculturamento” (Imagem: divulgação)

Antes, porém, é preciso enfrentar uma barreira técnica. Para valores de até R$ 200, os pagamentos por aproximação não requerem senha. Acima desse limite, no caso do “tap on phone”, o consumidor precisa digitar a senha na tela do smartphone do vendedor, ação conhecida como “pin on glass”. A indústria ainda aguarda especificações de segurança no padrão EMV para o “pin on glass”, explica a executiva da Getnet. Isso não impede, contudo, que credenciadoras realizem testes próprios de segurança e disponibilizem o serviço de “tap on phone” para pagamentos acima de R$ 200.

Além da barreira técnica, o “pin on glass” traz consigo um obstáculo comportamental. Acredita-se que o brasileiro possa resistir em colocar sua senha de cartão no celular de um desconhecido. Este é mais um motivo para se fazer um trabalho conjunto de educação do mercado, defende a vice-presidente da Getnet. 

“Muito provavelmente o consumidor vai começar pagando no celular de alguém que confia, como seu personal trainer, sua manicure etc. Uma vez testando e tendo a tranquilidade de que é seguro, vai começar a pagar em outros aparelhos que não sejam de pessoas conhecidas”, prevê.

Hardware

O “tap on phone” é visto pela Getnet como uma solução adequada especialmente para o chamado “long tail”, o mercado de profissionais autônomos e pequenos comerciantes, para os quais o custo das máquinas de POS pesa muito. 

Nos últimos anos, o mercado brasileiro de redes de adquirência vivenciou uma “guerra” de maquininhas e de suas taxas, com o aumento da competição nesse mercado. Isso resultou em uma queda significativa da margem de lucro das credenciadoras. No caso do “long tail”, Borges diz que é difícil fechar a conta e que as redes de adquirência praticamente subsidiam os equipamentos.

“É difícil chegar a um equilíbrio para que se tenha uma taxa ou uma antecipação de recebíveis que compense o investimento no equipamento. Nessa dinâmica, o ‘tap on phone’ tira o custo do hardware e ajuda muito, permitindo que tenhamos uma proposta de valor competitiva para o long tail”, argumenta a executiva.

MobiFinance

Mayra Borges participará da 5ª edição do MobiFinance, dia 18 de outubro, no WTC, com uma palestra sobre a estratégia da Getnet na oferta de serviços de valor agregado para os varejistas em suas máquinas de POS. O evento contará também com a participação do presidente da Stone, Augusto Lins, falando sobre os desafios do “tap on phone” no Brasil. O MobiFinance contará ainda com representantes de empresas como Itaú, PayPal, PicPay, RecargaPay, Superdigital, Icatu, Brasilseg, Banco Original, DialMyApp, Veritran, Pier e Youse.

A agenda atualizada e mais informações estão disponíveis em www.mobifinance.com.br