Uma startup chamada Sol arregaçou as mangas e está levando a conectividade móvel para o agronegócio, em parceria com a Claro. Fundada em 2020, conseguiu instalar até o momento 60 torres que cobrem aproximadamente 1,5 milhão de hectares. Dentro de seis a oito meses esses números subirão para 350 torres e 9 milhões de hectares cobertos, informa o CEO da Sol, Rodrigo Oliveira, em conversa com Mobile Time.

“Estamos no meio de uma grande expansão. Devemos chegar a 350 torres dentro de seis a oito meses. Esse é o número que já está contratado e que se encontra em fase de execução. Serão 9 milhões de hectares cobertos pela Sol, o que representa mais de 10% da área agricultável do Brasil. Seremos um dos maiores players em novas coberturas do meio rural”, afirma o executivo. 

A maior parte da rede está concentrada nos estados do Mato Grosso, Tocantins, Goiás, São Paulo e Rio Grande do Sul, atendendo principalmente áreas de cultivo de soja, milho e algodão, assim como a indústria sucroalcooleira. 

As torres da Sol levam conectividade 3G e 4G da Claro, incluindo NB-IoT e CAT-M – por enquanto ainda não houve demanda para 5G. Vale destacar que não se trata de redes privativas, mas de rede pública, acessível para qualquer pessoa com um chip da referida operadora.

Modelo de negócios

A Sol e a Claro encontraram um modelo de negócios que viabiliza a implementação da rede móvel em fazendas de pequeno e médio porte. A Sol cuida da prospecção de áreas onde haja uma quantidade mínima de produtores que viabilize economicamente o projeto e se encarrega da construção das torres. A Claro, por sua vez, instala as antenas. A Sol firma contratos de pelo menos cinco anos de duração com cada produtor.

“Os modelos de negócios eram pensados até então para grandes produtores. A gente topou o desafio de criar um modelo que atenda também a médios e pequenos produtores”, comenta Oliveira. Quanto mais produtores contratando em uma mesma região, mais barato fica para cada um, explica. Por isso, os próprios produtores contribuem no processo de convencer seus vizinhos.

Além da conectividade móvel com planos da Claro, a Sol oferece soluções digitais desenvolvidas por ela ou por parceiros, como monitoramento climático, gestão de frota, gerenciamento de equipe de campo, otimização de insumos e da operação do maquinário etc.

“Queremos fechar o gap da digitalização do agro trabalhando com uma visão de ecossistema. Fazemos a ponte entre o mercado de tecnologia e o agronegócio”, resume. 

A Sol é uma startup do grupo RZK, que atua na pecuária e na agricultura, com produção de soja, arroz e milho, além de ter uma concessionária de máquinas agrícolas da John Deere e operar no mercado de geração de energia renovável.