A concorrência com o comércio eletrônico tem feito com que varejistas físicos se esforcem cada vez mais para atrair o consumidor de volta para dentro de suas lojas. E uma das melhores maneiras de fazer isso é através da tecnologia. A mais nova ferramenta com essa finalidade é o aplicativo móvel brasileiro PiggyPeg (Android, iOS). Seu grande diferencial é que, em vez de descontos ou brindes, o app oferece dinheiro de verdade, depositado na conta bancária do consumidor, como forma de levá-lo para dentro de uma loja.

"É o primeiro app do mundo que dá dinheiro para o usuário, direto na sua conta. Isso não é fácil, pois requer atender a uma série de obrigações regulatórias. Montamos um arcabouço jurídico por trás da operação", comenta o criador do app, o empresário Eduardo Moreira, que é também fundador da Plural Investimentos.

Em apenas duas semanas no ar em São Paulo e Rio de Janeiro, o PiggyPeg atraiu 15 mil usuários cadastrados e mais de 100 lojas, incluindo redes como Lojas Mariza e Poderoso Timão, e também estabelecimentos individuais. Varejistas de Brasília, Campinas e Sorocaba estão aderindo e devem lançar campanhas nos próximos dias. A expectativa de Moreira é chegar ao fim do ano com mais de 300 mil usuários e 1 mil lojas participantes.

Depois de instalar o app e se cadastrar (o que pode ser feito com sua conta do Facebook), o usuário visualiza em um mapa os estabelecimentos que oferecem recompensas pela sua visita. Os valores atualmente variam de R$ 0,50 a R$ 5. Ao entrar em uma loja participante, o usuário escaneia com seu smartphone, através do app, um QR code disponibilizado em um tablet ou no celular do lojista. Desta forma, confirma a sua visita e tem creditado o valor da recompensa em seu perfil. A partir de R$ 20 acumulados, pode solicitar a transferência para a sua conta bancária – há uma taxa de R$ 1,50 pela transferência, independentemente do valor recebido. O sistema impede que um mesmo usuário recolha o mesmo prêmio mais de uma vez no mesmo dia, pois os QR codes gerados são dinâmicos. Além disso, não é possível escanear remotamente, usando uma foto do código enviado por algum amigo, pois o sistema verifica a localização do usuário. Se ele estiver distante da loja, a recompensa não é computada.

O lojista, por sua vez, controla suas campanhas por meio de um painel na web. Ele define o valor da recompensa e a duração da campanha. Fica a seu critério também segmentar por gênero ou faixa etária. "No caso de uma loja de roupas femininas, pode segmentar por mulheres de uma certa idade. E tenho 100% de certeza de que os dados estão corretos porque senão o consumidor não vai conseguir receber o dinheiro depois em sua conta", explica Moreira. O lojista tem controle total sobre a campanha, podendo alterá-la a qualquer momento, aumentando ou reduzindo o valor do prêmio de acordo com o movimento da loja, ou suspendê-la se já estiver satisfeito com os resultados. Pelo painel web, o lojista acompanha os resultados da campanha: quantas pessoas visitaram o estabelecimento e o perfil delas. Para atrair os varejistas a experimentarem a novidade, a PiggyPeg está promocionalmente oferecendo R$ 50 em crédito para cada novo lojista que aderir.

Modelo de negócios

A remuneração da PiggyPeg vem através de uma comissão cobrada do lojista que varia de 10% a 15% sobre o valor da recompensa. "É como se fosse o Google. Cada vez que a pessoa clica em um link patrocinado, o Google ganha dinheiro do anunciante. Nós somos o Google da vida real", compara o executivo.