O Brasil é hoje o terceiro maior exportador de produtos agrícolas do mundo, atrás apenas dos EUA e da União Europeia. Ao longo dos últimos 25 anos, a produção nacional anual de grãos saltou de 58 para 210 milhões de toneladas. No mesmo intervao, a área cultivada com grãos no País cresceu bem menos, de 38 para 50 milhões de hectares. Ou seja, a agricultura brasileira se tornou mais eficiente, produzindo mais com menos terra. Na opinião de Ladislau Martin-Neto, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa, esse salto só foi possível graças à aplicação de novas tecnologias. E os drones são o próximo passo nessa revolução tecnológica do campo.

"O agricultor gosta de passar no meio da sua lavoura com uma caminhonete ou mesmo um cavalo, para senti-la. Imagine dar asas a esse agricultor", diz Lúcio Jorge, coordenador de pesquisas com drones da Embrapa, referindo-se aos drones. Pesquisas internacionais estimam que a agricultura será, junto com o setor de infraestrutura, um dos maiores compradores de drones nos próximos anos no mundo.

As aplicações com drones na agricultura são inúmeras. Aliados a sotwares de reconhecimento de imagem é possível verificar falhas na plantação ou mesmo contar a quantidade de plantas. Se forem usadas câmeras multiespectrais, é possível identificar deficiência de nutrientes e a presença de pragas ou doenças específicas. Uma câmera termal permite ver a temperatura das plantas e saber se está na hora de irrigar. Com lasers, dá para medir a altura das plantas e estimar a quantidade de frutos. Tudo isso feito de maneira georreferenciada, o que dá mais precisão para qualquer medida que venha a ser tomada pelo agricultor, seja a aplicação de um inseticidade ou alguma solução de controle biológico.

A Embrapa vem trabalhando com drones há mais de dez anos. Inicialmente construiu seus próprios modelos, pois não havia produtos disponíveis à venda. Agora, trabalha com modelos comerciais e se dedica ao desenvolvimento dos softwares de análise das imagens das lavouras geradas pelos drones.