Escola Criar Jogos

Projeto socioeducativo Escola Criar Jogos, no Instituto BH Futuro, no Aglomerado da Serra, comunidade de Belo Horizonte. Foto: Pedro Vilela/Agencia i7

A Escola Criar Jogos é um espaço gratuito voltado para o ensino de game design e o letramento digital de alunos a partir de 12 anos da rede pública de ensino. Em formato híbrido, o projeto possui salas de aula físicas no Aglomerado da Serra, comunidade de Belo Horizonte/MG – seu primeiro polo presencial – e, recentemente, abriu espaços em Mogi Guaçu/SP e nas cidades baianas de Camaçari e São Gonçalo dos Campos. A plataforma de ensino usada é a Mentora, desenvolvida pela empresa de tecnologia portuguesa Clouts e fundada pela brasileira Juliana Antunes.

Ao longo do curso, os alunos aprendem a desenvolver games – móveis ou para o computador. A plataforma permite criar ambientes de aprendizagem online e produz conteúdo para e-learning – entre eles vídeos, aulas interativas, jogos, podcasts e manuais. A formação foi pensada para ser online e imersiva e permeada por gamificação.

No curso, a jornada de aprendizagem é composta, tal como um jogo, por fases, em que o aluno acumula pontos e tem duração de cinco meses para completar todo o ciclo. Ao concluí-la, recebe medalhas conforme seu aproveitamento. Os alunos podem escolher passar por cada área da criação de um jogo digital ou se aprofundar em uma delas e, no fim, obtêm certificações ao completar um deles ou o ciclo integral.

Entre as possibilidades de cursos dentro da escola estão: Arte, Design, Programação, Roteiro e Narrativa, Edição de Som, Game Design e Seu Jogo – projeto final da escola em que o aluno deve desenvolver um jogo ou parte dele, caso o estudante escolha se especializar em uma das áreas citadas acima.

Escola Criar Jogos

Screenshot da plataforma Escola Criar Jogos. Imagem: reprodução

A plataforma conta ainda com comunidades de aprendizagem divididas por temas para ampliar seus conhecimentos e interagir com outros participantes e seu mentor.

“A plataforma da Mentora é onde o presencial e o online se encontram”, resume Antunes. “Fazemos o suporte digital para as pessoas acessarem os conteúdos e se envolverem em comunidades. Existem 10 vezes mais alunos que só fazem os cursos online do que os do formato presencial”, diz a cofundadora da plataforma que explica que seu acesso pode ser feito a partir de qualquer dispositivo, seja ele smartphone, tablet ou computador, e não necessita de aplicativos, softwares ou hardwares específicos.

“É claro que o presencial é importante, e a Escola Criar Jogos está expandindo sua área de atuação. É o momento em que o aluno tem contato com seu mentor. Mas no online é a possibilidade de ampliar seus conhecimentos e as trocas, alcançar mais gente e a plataforma permite que os alunos conversem entre eles, mesmo estando em outras cidades”, resume a fundadora da Mentora.

Gamificação

Em cada módulo o aluno tem metas a cumprir. Há desde criação de um perfil, com avatar, até mais complexos como criação de um roteiro de um jogo. Para cada tema, há um desafio gamificado.

Outra vantagem do presencial é a possibilidade de usar os dispositivos da escola, além da constante presença de seu tutor.

A plataforma da Mentora pontua os alunos por diferentes motivos. Pode ser a interação na comunidade, ao cumprirem uma meta. “Eles são premiados pelo percurso. O algoritmo da ferramenta monitora a participação e atribui pontos aos alunos por seu desempenho. Com isso, podem subir ou descer do ranking geral da escola.

“Existe uma mítica no e-learning de que o aluno faz o projeto, faz o conteúdo e acabou. Não acredito nisso. O saber está sempre a mudar e a evoluir”, diz Antunes. “Fazer um curso de jogos é uma área da informática e da digitalização que tem muito a ser trabalhada e a ser explorada e é uma aposta importante para o País fazer. Há uma carência muito grande no Brasil e no mundo de bons profissionais na área e a Criar Jogos ajuda a despertar o interesse pela tecnologia por meio dos jogos”.