Os smartphones 5G ainda não engrenaram no mercado corporativo. É o que aponta o CEO da Pulsus, Vinícius Boemeke, a partir de informações baseadas na plataforma Pulsus Sinais. A ferramenta faz a leitura de 1 milhão de dispositivos Android presentes na base da empresa de gerenciamento de dispositivos móveis (MDM), além de coletar informações da cobertura de rede de Claro, TIM, Vivo e até de Oi e Nextel (contratos antigos).

“A análise traz pontos de cobertura (de rede). Notamos que o 5G não tem tanto dado popular quanto outras tecnologias (3G e 4G). Isso acontece por causa da limitação de hardware na base”, disse Boemeke, ao lembrar que esta primeira análise considera os períodos de janeiro a março deste ano.

“É preciso entender que o B2C renova essas tecnologias (celulares) mais rápido que o B2B. Para termos uma ideia, nós encontramos nessa análise 50 handsets com Android 4.0 – bem antigo – comunicando em ambiente corporativo. Diariamente”, completou, ao lembrar que também há equipamentos com as versões 6, 7 e 8 do OS do Google.

Conectividade

Mesmo com o esforço de operadoras como TIM e Vivo para desligar e fazer o refarming do 3G, Boemeke explicou que há muitos dispositivos B2B conectados no 3G. Ao mostrar o mapa para esta publicação, era possível ver que a maioria dessas conexões estavam mais longe dos grandes centros do País: “O 3G tem uma concentração maior de locais com baixos níveis de sinal”, completou o executivo.

Plataforma

Plataforma Sinais em uso (reprodução: Pulsus)

Lançado no começo do ano no MWC, a Pulsus Sinais capta dados anônimos de localização, operadora e tecnologia celular em todos os devices dos 1 mil clientes da Pulsus, a cada 15 minutos. Inicialmente, a plataforma seria ofertada para os clientes, mas, a pedido do regulador, uma versão aberta da plataforma foi criada para ajudar a analisar o mercado de telefonia corporativo.

Nota-se que iOS não está entre os smartphones analisados pela Sinais devido às mudanças que limitam o rastreamento de usuários a partir do iOS 14,5. Ou seja, assim como aconteceu com o mercado de publicidade, o setor de MDM também foi afetado. Mas Boemeke lembra que a base de iPhones e iPads é bem pequena no segmento corporativo.

Outra ressalva é na captura dos dados de localização. A Pulsus precisou criar um algoritmo para cruzar os dados de Android com sua plataforma e diminuir a margem de erro, que pode ser 5 metros a  1 km.