A Google Play, loja oficial da Google para apps Android, adotou um sistema de filtros contra fraudes no seu ranking de aplicativos. A empresa tem identificado três tipos de ações que procuram manipular seu mecanismo de ranqueamento e que, logo, ferem a política de uso da loja: 1) instalações fraudulentas; 2) resenhas falsas; 3) resenhas incentivadas (quando os usuários recebem algum benefício para escrever o texto).

"Isso afeta a comunidade de desenvolvedores e diminui as chances de outros apps serem descobertos e recomendados pelo nosso sistema. Por fim, faz com que os usuários tomem decisões (de download) baseadas em informações imprecisas e não-autênticas", informa a empresa em texto em seu blog oficial, assinado por Kazushi Nagayama, analista de qualidade de busca, e Andrew Ahn, gerente de produto.

Os filtros implementados detectarão automaticamente essas ações, promete a companhia. Instalações fraudulentas serão descartadas. E desenvolvedores que persistirem com as tentativas terão seus apps retirados da loja. A Google recomenda que os desenvolvedores que contratam terceiros para promoverem seus apps, como agências de marketing, verifiquem se seus métodos atendem às regras da Google Play.

Análise

Com cerca de 2 milhões de títulos na Google Play, encontrar um app específico pode ser como procurar uma agulha no palheiro, se o consumidor não tiver seu título exato. Essa dificuldade de "encontrabilidade" valoriza os rankngs internos da loja e faz com que surja todo um ecossistema de empresas especializadas em melhorar a posição de um app, algumas com métodos eticamente questionáveis.

A Google não está sozinha nessa luta. A Apple também já travou enfrentamentos similares. Por sinal, tirou da App Store anos atrás o aplicativo "App Grátis", que transformava em gratuito por um dia um app pago, com o objetivo de proporcionar-lhe um salto no ranking. A decisão foi polêmica e gerou protestos, mas a Apple se manteve firme, entendendo que o aplicativo feria suas regras. O caso do App Grátis pode despertar longas discussões sobre ética em lojas de apps, mas pelo menos dois tipos de manipulações citadas pelo Google esta semana são praticamente indiscutíveis: não tem como defender instalação fraudulenta ou resenha falsa. Já resenha incentivada dá pano para manga…