A empresa de pesquisa Gartner estima que mais de 20 bilhões de conexões estarão ativas em 2020. Carros, casas conectadas e a Internet das Coisas (IoT) prometem benefícios para indústrias e consumidores. Demanda que nenhuma tecnologia, sozinha, vai atender em segmentos tão diversos quanto aviões sobre oceanos, oleodutos através de regiões inabitadas e plataformas de produção de petróleo em alto mar.

No Congresso Latinoamericano de Satélites, realizado recentemente no Rio de Janeiro, operadores citam backhaul da telefonia celular, o acesso em banda larga e a nova tecnologia 5G como vetores principais para expansão da demanda na região. No Brasil, foi apontada a demanda dos investimentos em telecomunicações previstos nas regiões central do País e Amazônia, onde existe necessidade crítica de infraestrutura.

A Internet das Coisas (IoT) acrescenta demanda e define a necessidade de contar com diversas empresas e tecnologias para atender novos segmentos e consumidores que surgirão e, ao mesmo tempo, gerenciar o gigantesco volume de dados gerado.

A onipresença da comunicação por satélite indica que a tecnologia será crítica para apoiar o desenvolvimento do segmento de IoT. Operadores investem e colaboram, desenvolvendo equipamentos e serviços para que a IoT se torne a ferramenta que todos esperam. Parte deste esforço é assegurar que as soluções baseadas em satélites possam ser facilmente integradas em redes híbridas que combinam fibras e redes wireless.

Há décadas satélites desempenham papel relevante no desenvolvimento de IoT. Negócios que se estendem a regiões distantes confiam em satélites para comunicação, monitoramento de operações, gerenciamento de ativos e de bases automatizadas de operação remota.

A demanda por conectividade deve aumentar especialmente no transporte marítimo, onde as transmissões por satélites devem atingir cerca de 680 Gbps, até 2020, estima o Euroconsult. A NSR avalia que operadores de IoT poderão aumentar a velocidade dos navios, entre 11% e 13%, provocando um impacto econômico positivo de US$ 4,5 a US$ 5 bilhões, em 2025.

Atualmente, o apoio à IoT, através de satélites, é dominado por sistema de banda estreita, como a banda L. Satélites de alto desempenho (High Throughput Systems – HTS) em banda Ku e Ka, lançados recentemente, criaram supervia espacial que atende os segmentos de IoT e M2M (machine-to-machine).

O acesso ao serviço de satélite deve ser simplificado para permitir o avanço necessário. Novas tecnologias estão dispensando a familiar antena circular para adotar antenas planas de direcionamento eletrônico e modens, que usam menos energia e são mais fáceis de serem instalados. Inovações são necessárias no ecossistema de serviços por satélite, que facilitam conexões, usam tecnologias complementares em soluções híbridas, integrando diversos meios.

Os operadores de satélites que lideram em inovações, investem em empresas que desenvolvem antenas com tecnologia de metamateriais, criando a antena eletronicamente direcionada, com novos formatos e de instalação mais simples. Essas parcerias criam nova linha de produtos para terminais terrestres do tamanho de um laptop, adequados às aplicações nos segmentos como mobilidade, transmissão de conteúdos e backhaul de comunicação wireless.

O novo modelo, que combina satélites em órbita geoestacionária (GEO) e em órbita mais próxima da Terra (LEO – low earth orbit), redefine a comunicação via satélite. Frotas híbridas levam cobertura em banda larga ao Polo Norte, ofertam cobertura em camadas e atendem regiões com grande densidade de tráfego e aplicações críticas onde a redundância é essencial.

A Internet das Coisas não poderá existir sem empresas de satélites. Operadores que pensam sobre o futuro do serviço, tomam iniciativas para que o segmento de IoT faça melhor uso da tecnologia que os satélites podem oferecer.