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Conteúdo: Mappa: brasileiras criam serviço de curadoria de conhecimento com inteligência artificial

As redes sociais costumam manter as pessoas fechadas em bolhas, impactadas somente por conteúdos de amigos e familiares que pensam parecido com elas. E se houvesse um serviço que propusesse o oposto disso, sugerindo filmes, documentários e artigos que provocassem a reflexão do usuário, que o instigassem a pensar de maneira diferente? Um serviço que procurasse fazer recomendações personalizadas, com base no que se conhece da pessoa, mas sempre buscando expandir o seu conhecimento, em vez de restringi-lo às mesmas ideias de sempre? Esta é a proposta do Mappa, uma plataforma de curadoria de conhecimento criada por três empreendedoras brasileiras e gerida por inteligência artificial.

O Mappa é a versão digital de um projeto que nasceu analógico. Originalmente, ao preço de R$ 1.800, os interessados eram entrevistados pessoalmente e 45 dias depois recebiam uma caixa com livros, DVDs, CDs etc escolhidos sob medida por um grupo de especialistas de várias áreas para expandir seu conhecimento. “Fazemos isso há oito anos. Mas temos um limite de quantidade de pessoas que conseguimos atender. Para crescermos, resolvemos criar o Mappa, que é a tradução digital da experiência analógica que oferecemos.  É uma versão em escala e a um custo acessível”, explica a cientista social Débora Emm, uma das fundadoras ao lado da engenheira mecânica Ana Martinazzo e da designer de produto Bel Araújo.

A assinatura do Mappa custa apenas R$ 10 por mês. A plataforma está acessível por um website e em breve ganhará versão em forma de aplicativo para dispositivos móveis e para smart TVs.

Como funciona?

Ao se cadastrar, o usuário responde a um questionário sobre seus interesses pessoais. É um processo de anamnese para entender suas preferências e identificar quais conteúdos poderiam expandir o seu conhecimento. O catálogo é composto de conteúdos disponíveis na web e em variados serviços digitais, como Netflix e iTunes. Eles são selecionados por um grupo de curadores das mais variadas áreas do conhecimento, incluindo sociólogos, historiadores, economistas, publicitários, dentre outros. Um algoritmo dotado de inteligência artificial seleciona os conteúdos para cara usuário. São indicados três de cada vez, sempre acompanhados de textos reflexivos escritos pelos curadores. A proposta é que haja sempre um ou dois conteúdos que puxem a pessoa para fora da sua “zona de conforto intelectual”.

“O Facebook vende audiência. Ele não quer que você saia de dentro dele. Nós, pela perspectiva do conhecimento, não estamos preocupadas em te prender, mas em te libertar. Se você estiver gostando de tudo o que sugerimos, é ruim. Ao longo do tempo vamos entender qual é a melhor proporção, mas a principio queremos que haja sempre um conteúdo com o qual você se identifique de imediato e dois que te tirem da sua zona de conforto”, explica Emm. “A inteligência do Mappa está baseada em saber muito sobre o conteúdo e muito sobre a pessoa. Ao longo das jornadas fazemos novas perguntas para o usuário, para aperfeiçoar nossas escolhas”, acrescenta.

Para o futuro, além do app para dispositivos móveis e para smart TVs, as criadoras do Mappa avaliam a inclusão de sugestões de livros.

Inicialmente, o perfil médio do assinante do Mappa são pessoas autodidatas com idade entre 30 e 35 anos. “Mas almejamos que daqui a cinco anos tenhamos um público mais amplo, como gente que não comprou nenhum livro no último ano, por exemplo”, diz Emm. A empreendedora evita fazer projeções para o crescimento de sua base de assinantes.

Excesso de informação

Na era da informação na qual vivemos, somos bombardeados por dados, em uma quantidade maior que a nossa capacidade de absorção. “Percebemos que o excesso de informações faz com que as pessoas percam o que é relevante para si. E não apenas isso: o excesso atrapalha, prejudica. Em tempos em que a palavra do momento é ‘pós-verdade’, o excesso é um monstro”, analisa Emm.

A empreendedora não foge da discussão sobre a polarização política que tomou conta das redes sociais no Brasil nos últimos anos, pelo contrário. O Mappa procura oferecer conteúdo de amplo espectro politico. “Há desde conteúdo neoliberal até conteúdo que afirma que o sistema capitalista estaria em colapso por causa do neoliberalismo”, exemplifica. Mas há também princípios éticos que norteiam o que entra no catálogo: “Você não encontrará no Mappa conteúdo racista, mas conteúdos que discutem o racismo. Evitamos também conteúdos homofóbicos, machistas etc.”

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Crise da Oi: Solução do governo para a Oi terá impacto imediato sobre todas as dívidas, diz AGU

A solução para os créditos da Oi com a Anatel ainda não foi fechada e pode nem sair por medida provisória ou projeto de lei, como afirmou nesta segunda-feira, 30, a advogada-geral da União, Grace Mendonça. Segundo ela, a decisão que será tomada para esses créditos terá reflexos em todas as dívidas da operadora, inclusive a com os bancos públicos. “Ainda não chegamos a um melhor cenário, a questão é complicada e exige cautela”, adiantou.

A ministra disse que a reunião desta segunda-feira serviu para avançar nos números referentes à Anatel, que possui três tipos de crédito: os constituídos e que estão judicializados, os que estão prontos para ser constituídos e os que ainda estão tramitando administrativamente na agência. O grupo de trabalho na próxima reunião deve analisar outros números, como evolução das dívidas e o fluxo de caixa da operadora. O novo encontro está marcado para esta quarta-feira, 1º de novembro.

Grace afirma que todo o esforço está sendo feito para que até a data da assembleia dos credores, marcada para o dia 10 de novembro, já se tenha uma proposta para evitar a possibilidade de novo adiamento. Para isso, é preciso encontrar uma solução juridicamente e faticamente sustentável.  ”Hoje já tem um plano de recuperação judicial que está incluído nos autos . Não podemos desconsiderar todo o acervo dos débitos da empresa”, disse.

No entendimento da ministra, não adianta escolher o melhor caminho para o crédito público desconsiderando todo um acervo porque estaria desconectado da realidade. “O tratamento que se dê aos créditos públicos terá impacto imediato no contexto do todo”, reafirmou.

Grace disse que a opção por medida provisória ou projeto de lei não está descartada, mas é possível que não seja necessária. “A forma como os créditos da Anatel vão se comportar diante do todo é que vai ser determinante para uma decisão e isso ainda não foi consolidado”, afirmou.

A titular da AGU disse que já recebeu vários pedidos de audiência de credores privados e acionistas e que tem esclarecido a evolução do grupo do trabalho. “O ritmo que estamos imprimindo a esse trabalho gera sim uma expectativa no mercado, uma expectativa legítima a todos que estão envolvidos por isso não colocamos obstáculos para atender aos credores e acionistas”, disse.

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