Os pequenos provedores de Internet querem competir no mercado móvel e, para tanto, precisam de incentivos regulatórios. No entender de Cristiane Sanches, vice-presidente do conselho da Abrint, a possibilidade de criarem operadoras móveis virtuais (MVNOs) ou a exploração de espectro em caráter secundário com licenças de SLP não são suficientes. É preciso garantir regras para exploração industrial do espectro pelas MVNOs, novidade que consta na proposta do novo Plano Geral de Metas de Competição (PGMC), da Anatel.
Na visão de Sanches, há muito espectro alocado para serviços móveis, mas pouco sendo efetivamente utilizado. Ou seja, há muito espectro ocioso que poderia ser aproveitado por novos entrantes, desde que as regras de exploração sejam convidativas.
“Não se trata apenas de acesso a espectro disponível de prateleira, pelo mercado secundário tradicional. Passa pela exploração industrial desse espectro. Precisamos de preços de uma oferta de referência. Hoje existe ociosidade, excesso de espetro disponível, e falta competição”, avaliou, durante painel no Abrint Global Congress, nesta quarta-feira, 7, em São Paulo.
PPPS e OpenRAN
A conselheira da Abrint acredita que os provedores de Internet apostarão em redes OpenRAN para entrar no mercado móvel, de maneira a não ficarem presos a um fabricante ou outro.
A diversificação dos modelos de negócios no mercado móvel foi outro ponto destacado por Sanches e por outros participantes do mesmo painel, como Paula Fonteles, especialista em regulação da Anatel.
“Modelos de negócios vão sair da caixinha do que vivenciamos com as três grandes e as regionais. Precisamos assegurar um ambiente que propicie novos modelos de negócios para o mercado móvel”, disse Fonteles.
Foto no alto: Painel da Abrint no qual se discutiu o novo Plano Geral de Metas de Competição (Crédito: Fernando Paiva/Mobile Time)
*O jornalista viajou para São Paulo a convite da Abrint
