A Claro anunciou nesta quinta-feira, 4, a sua estratégia de implementação para a evolução da quinta geração das redes celulares, o 5,5G (5G Advanced ou 5G-A). De acordo com o seu CEO, Rodrigo Marques, a implementação vai priorizar grandes eventos com alta densidade de pessoas, como shows e partidas esportivas.
“No 5,5G não tem sentido investir pesado. Vamos usar onde tem valor para o cliente. Sabemos que tem pressão dos vendors, mas estamos preocupados com a experiência do cliente. À medida que a tecnologia evolua, vamos ampliar o 5,5G”, disse Marques, ao contar que a operadora está fazendo também a expansão das redes 4G e 5G.
Inicialmente, a operadora colocou a tecnologia de rede nos seguintes espaços de São Paulo e Brasília:
- Allianz Parque/SP;
- Neo Química Arena/SP;
- Autódromo de Interlagos/SP;
- Arena BRB Mané Garrincha/DF.
Em São Paulo, o principal parceiro da operadora é a Ericsson e em Brasília, a Huawei. O CMO da operadora, Marcio Carvalho, afirmou que há conversas para levar o 5,5G a outros lugares de grande concentração e eventos no país, como a COP30 em Belém/PA e o estádio do Maracanã/RJ.
O executivo disse ainda que, nesses ambientes, a Claro trabalhará com “infraestrutura própria”, como DAS em antenas distribuídas. Esse trabalho ainda envolve um reforço em grandes eventos, como acontecerá neste final de semana no estádio corintiano com a partida da NFL no sábado 6 e o festival The Town em Interlagos nos próximos dois finais de semana.
5,5G, desafios e modelos de negócios
Segundo Carvalho, o 5,5G permitirá explorar eventualmente novos modelos de negócios, como o uso da rede para transmissão de vídeo com emissoras de TV e ofertar pacotes dedicados com melhor qualidade de sinal e rede com network slicing para públicos que consomem e produzem muitos dados (vide influenciadores digitais).
Mas a principal barreira da tecnologia está nos dispositivos. Carvalho disse que poucos smartphones e somente da faixa mais alta de preço têm capacidade para operar em 5,5G, sendo o Samsung Galaxy S25 o mais notável. Esse problema também se reflete nos broadcasters, uma vez que precisarão de dongles aptos para o 5,5G para fazer transmissões.
“Tem Samsung e Oppo, mas são smartphones premium. São para poucos neste momento. Quando houver curva de mudança do pricepoint (e atingir as faixas menos custosas), isso começará a mudar”, afirmou o CMO.
O 5,5G está disponível para qualquer usuário com dispositivo compatível, sem necessidade de troca de SIMCard ou pagamento de valor adicional.
Wi-Fi 7 e Claro tv+

CEO da Claro, Rodrigo Marques (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)
A operadora anunciou ainda nesta quinta-feira, 4, a chegada do Wi-Fi 7. Com XGSPON e Mesh, a rede wireless pode alcançar velocidade de 10 Gbps. Assim como o 5,5G, a Claro não começa com uma estratégia comercial agressiva, pois também há poucos dispositivos aptos a utilizar essa tecnologia.
Do serviço de vídeo Claro tv+, a novidade é a chegada de caixas de som da Bang & Olufsen para dar experiência surround e de home theater aos usuários da operadora. A companhia também confirmou que, em breve, dois novos serviços de streaming devem chegar ao seu hub. Segundo Marques, a ideia é facilitar o acesso do consumidor aos conteúdos.
“A TV por assinatura mudou muito no Brasil e no mundo. Ela vem evoluindo, começou com as OTTs mudando o modelo de negócio, novos aplicativos apareceram, muitos apps diferentes e isso começou a ser uma dor de cabeça para o consumidor. Por isso, nós desenhamos o Claro tv+, um hub de conteúdo com os canais lineares e OTTs no mesmo lugar, fácil e simples. Vamos colocar mais parceiros na oferta. Ele vai contratar a Claro e terá todo conteúdo que pode usar”, disse o CEO. “Do ponto de vista de futuro, Claro TV está indo muito bem, nós temos sete meses que a receita de TV por assinatura não cai e deve começar a subir. O uso do cliente não caiu, o que mudou e caiu foi o modelo de negócio”, concluiu.
Imagem principal: CMO da Claro, Marcio Carvalho (Crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)