O CEO global do Inter (AndroidiOS), João Vítor Menin, confirmou que o banco deve começar a sua operação na Argentina a partir do final de setembro. O país será o terceiro da instituição brasileira, que também tem presença nos Estados Unidos.

Em conversa com a imprensa na sede do InterCo em Miami, nos EUA, o executivo afirmou que a operação na Argentina está atualmente em uma espécie de soft launch com pré-cadastro e com os usuários podendo baixar o app, mas ainda não podem fazer operações e nem abrir a conta de investimento digital.

Uma das oportunidades que Menin vê no mercado portenho é a oferta de investimento, que deve ter mais apelo com o público local, uma vez que a cultura do dólar é mais presente entre os argentinos e o Inter tem um produto maduro para investimento na moeda norte-americana.

Posteriormente, o banco oferecerá conta de débito, cartão de crédito e gift card, em outras palavras, os mesmos serviços que fazem parte do ecossistema do app nos EUA.

Além da Argentina, o CEO confirmou que há interesse em expandir para mais países: “Estamos estudando mais dois países na América Latina. Queremos pegar a América. E no final do ano que vem iremos para Europa. Falamos muito (de ir) para o mundo ocidental”, disse.

Terceiro ato da Ópera Inter

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Inter Lounge em Orlando, EUA (crédito: Henrique Medeiros)

Na visão de Menin, a expansão internacional com a sua conta global é o terceiro ato do Inter: os outros dois foram a virada de Intermedium para Inter no começo dos anos 2000 e a abertura da conta digital para o público brasileiro em mar aberto em 2014.

“Hoje, os cidadãos do mundo precisam ter uma solução melhor de conta. Algo para transferir de forma global. Quando pensamos da global account, considerando a expansão do Inter, achamos que outras geografias vão adotar de forma rápida”, detalhou. “Lançamos o Prime como primeiro movimento, agora estamos trazendo digital, one, prime e win para a Global Account aqui (EUA) e na Argentina”, completou ao explicar que as categorias com benefícios serão replicadas do Brasil para outros países.

O CEO Global ressaltou que essa reprodução do Brasil para os países consiste em ter uma experiência boa e estável para o cliente. Um exemplo disso é a assistente virtual Babi, que, segundo Menin, é “totalmente agnóstica à geografia”. Ou seja, funciona em todas as localidades que o banco está e para todos os seus clientes.

“A beleza em ter uma plataforma de vanguarda e bem construída é essa. Aquilo que você pode replicar é rápido e barato. Talvez a área de crédito na Argentina chegue em cinco anos”, exemplificou. “Temos 95% dos produtos que queremos, e agora faremos melhorias pontuais. No meio da pirâmide somos imbatíveis, por isso que falamos que somos um superapp”, completou, ao descartar futuros M&As para avançar nesses mercados.

Expansão da Babi e presença física

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Da dir. para esq.: João Vitor Menin, CEO; Fernando Bacchin, diretor de cartões; Kaio Phellipe, CMO (crédito: Henrique Medeiros)

Menin confirmou ainda que a Babi está em um processo de expansão para plataformas conversacionais. A ideia é que o cliente passe a interagir mais com a assistente, inclusive por voz. Deu como exemplo a possibilidade de conversar com a assistente por meio do sistema de infoentretenimento do carro ou de um alto-falante inteligente, como a Alexa da Amazon.

“É sobre tentar estar aonde o cliente precisa”, afirmou. “Não importa se é um espaço físico ou não. Acredito que muito rapidamente a gente vai estar em milhões de carros das pessoas, porque você vai entrar lá no sistema multimídia do seu carro para interagir com o Inter”, completou.

Vale lembrar, a assistente do banco tem atualmente 1,6 milhão de conversas por mês.

Com frentes como cafeteria e lounge nos EUA, o executivo foi questionado sobre o avanço pelo mundo físico de um banco que nasceu digital.  Menin detalhou que o importante é ter aplicações que atendam clientes, em qualquer ambiente, e que sejam viáveis financeiramente.

“Vamos arbitrando essas coisas para poder definir quais são os próximos pontos de contato com os nossos consumidores. Abrir agência está fora de cogitação? Está. Até o dia que não estiver mais. Na verdade, eu falo que antigamente era impossível pensar em um banco sem agência. Talvez, daqui a um tempo, o que vai ser a agência? De repente, vai ser um outro modelo”, finalizou.

*Jornalista viajou aos Estados Unidos convidado pelo banco Inter

 

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